CADEIA I
Pareceu com um certo tom de exagero da decisão do juiz Virgílio Macedo Júnior, que determinou a prisão dos secretários estaduais Obery Rodrigues e Antônio Alber da Nóbrega. É bem verdade que a dupla, conforme o magistrado, teria descumprido continuamente a decisão judicial de conceder o Plano de Cargos dos servidores, mas daí a levar ambos para atrás das grades foi um pouco demais.
CADEIA II
Longe deste interino o desejo de defender os representantes do governo Rosalba Ciarlini. Mas meus poucos conhecimentos jurídicos me levam a crer que duas figuras que jamais tiveram problemas com a Justiça, com um passado sem manchas e com residência e trabalho fixos e públicos, não mereciam ir para a prisão assim por “tão pouco”.
CADEIA III
O Rio Grande do Norte vem de uma série de denúncias escandalosas que envolvem líderes de sua classe política e até do próprio poder judiciário. Mas, com exceção do filho da vice-prefeita Wilma de Faria, o empresário Lauro Maia, nenhum peixe graúdo foi parar na cadeia. Mesmo com denúncias apontando para desvios milionários, saliente-se.
ENGANO
De um desavisado ao descobrir que os secretários haviam tido as prisões decretadas devido ao não cumprimento do Plano de Cargos: “Se pelo menos tivesse sido por causa da calamidade em que se encontra o Walfredo Gurgel. Ali sim é caso de cadeia”. Depois silenciou.
FALHA
Em tempo, foi imperdoável a falha do governo em dois aspectos neste caso da prisão dos secretários. Primeiro em não cumprir uma determinação judicial. Ora, será que esqueceram que ordem da Justiça “não se discute, se cumpre”? Depois, por não perceberem a tempo que esta situação poderia levar ao desfecho atual. Não havia momento pior, para a governadora, para se prender um membro do governo. O desgaste da Rosa está nas alturas.
CHAPA I
Enquanto trabalha sua candidatura e fortalece seu nome pelo interior do estado, o vice-governador Robinson Faria começa a se dedicar também a formação do seu grupo político para 2014. Pré-candidato ao governo, o ex-presidente da Assembleia Legislativa primeiro quer manter unido o palanque que trouxe Carlos Eduardo de volta ao Palácio Felipe Camarão. Depois, quer atrair o PMDB.
CHAPA II
Neste caso, já se trabalham duas opções para a formação da chapa oposicionista para o próximo pleito. Ou a vaga de vice fica com o PMDB ou vai para o PSB. O primeiro tem como principal opção o deputado estadual Walter Alves. O segundo, a também deputada Larissa Rosado. Robinson não poderia ter opções melhores, ambos completam e fortalecem a chapa, política e eleitoralmente.
MUDANÇAS I
A governadora Rosalba Ciarlini, por enquanto, ainda nega, mas é real a possibilidade de haver uma pequena reforma no secretariado estadual. Um dos motivos é a necessidade de acomodar e aliviar a pressão do PMDB por mais espaço na gestão democrata. A legenda quer a Secretaria de Recursos Hídricos por inteiro, além de outros setores a mais da administração. A fome é grande.
MUDANÇAS II
Caso consiga a pasta, o nome da vez para compor o secretariado rosalbista é o ex-deputado Elias Fernandes, que deixou a direção do Dnocs recentemente após denúncias de irregularidades no órgão.
MUDANÇAS III
Outra pasta que também pode sofrer mudanças é a Saúde. Ponto crônico dos problemas estaduais, parece que não há gestor que consiga resolver o problema na área. As bolsas de apostas apontam que o nome da vez pode ser o ex-prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rego, filho do deputado estadual e médico Getúlio Rego. Administrador público dos bons, pode acabar tendo que enfrentar o maior desafio da sua vida: pôr ordem num setor repleto de problemas.
QUEM QUER DINHEIRO?
A presidente Dilma Rousseff realmente não brinca em serviço. Consciente de que 2013 será um ano decisivo para suas pretensões de se reeleger para o cargo, a petista anunciou ontem um pacote de “bondades” para os prefeitos que assumiram os cargos no último dia 1º de janeiro. Serão, nada mais nada menos que R$ R$ 66,8 bilhões em investimentos. Valor que vai valer muito mais pelo marketing do que pelos projetos que transformará em realidade por todo o Brasil.
DOIS PESOS
Enquanto a gestão Micarla de Sousa, má assessorada juridicamente, passou quatro anos sofrendo derrotas judiciais, a administração Carlos Eduardo começou com o pé direito. Ontem a Justiça determinou que não sejam feitos bloqueios nas contas da Prefeitura, sob risco do município ficar sem condições de honrar o pagamento do funcionalismo. E, acreditem, foi o próprio Ministério Público Estadual, tão combativo nos tempos micarlistas, que pediu para que os bloqueios fossem suspensos. Dois pesos, duas medidas?
POLÊMICA
Aos poucos, sem muito alarde, o prefeito Carlos Eduardo vai retomar as discussões sobre o novo Plano Diretor de Natal. Experiente no assunto, já que foi na gestão dele que aconteceu a polêmica votação que culminou com a Operação Impacto, o gestor já pediu para a Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo discutir a regulamentação das zonas de proteção ambiental que ainda faltam na lei.