Com o objetivo de resolver, em caráter emergencial, a falta
de fornecimento de comida para a Penitenciária Estadual do Seridó (localizada
em Caicó), a Defensoria Pública Estadual - através do Núcleo Regional do Seridó
e o Ministério Público Estadual peticionaram hoje uma Ação Civil Pública que
originalmente havia bloqueado valores das contas vinculadas do Estado. Eles
pediram a imediata liberação de parte da quantia constrita para que a direção
da PES possa adquirir alimentação emergencial. A empresa que fornecia a comida
para a penitenciária interrompeu o serviço alegando atraso no pagamento, por
parte do Estado. Com isso, os apenados contavam com a garantia de comida apenas
até hoje (27).
Em outubro do ano passado, a Defensoria, juntamente com o
Ministério Público, entrou com uma Ação Civil Pública solicitando o bloqueio de
R$ 336 mil para que fosse realizado o pagamento à empresa fornecedora de
comida, que ameaçava interromper o serviço devido ao atraso no pagamento. Hoje,
a questão se repete. Preocupada com a situação, a direção do presídio oficiou a
Defensoria e o Ministério Público para que ajudem a encontrar uma solução.
"A medida é paliativa, nossa expectativa é que o Estado tome as
providências necessárias para regularizar o fornecimento de comida aos
apenados", alerta o defensor público Rodrigo Lira.
Há algum tempo, segundo ele, a Penitenciária Estadual vem
passando por diversas crises de ordem estrutural e financeira. Em outubro de
2010, a Defensoria Pública Estadual foi informada que a Caern não vinha
prestando com regularidade o serviço de fornecimento de água para a
penitenciária. O fato gerou escassez e racionamento de água, inclusive ameaça
de rebelião por parte dos apenados, o que motivou o ajuizamento de uma Ação
Civil Pública em face da CAERN e do Estado do Rio Grande do Norte, a fim de
regularizar a situação. O processo se encontra com prazo para o Estado realiza
estudo técnico sobre e a viabilidade do fornecimento de água através de poços
tubulares, já cavados no interior do estabelecimento.
Em maio de 2011 houve uma pane elétrica que ocasionou um
blackout total do sistema elétrico da unidade, deixando sem luz e sem
equipamentos eletroeletrônicos, pois todos "queimaram" devido ao
problema. Logo, a Defensoria Pública realizou inspeção prisional detectando
graves falhas físico-estruturais e, aliado a dois laudos técnicos do Corpo de
Bombeiros Militares do Estado e de Engenheiros da SEJUC, ajuizou mais duas
novas Ações Civis Públicas em conjunto com o Ministério Público, pleiteando a
reforma imediata do presídio e a construção de uma cadeia pública na comarca de
Caicó. Estas ações encontram-se com liminares deferidas em desfavor do Estado,
aguardando prazo para cumprimento da ordem judicial.
Fonte.: Tribuna do Norte.
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