
Em franco declínio no resto do Brasil, o DEM ainda é tido como um partido forte no Rio Grande do Norte. Talvez o mais forte no momento, visto que é o partido da mais alta autoridade do Estado, a governadora Rosalba Ciarlini. Mas a força do DEM na política local não está se refletindo na candidatura do deputado federal Rogério Marinho (PSDB).
O saldo, até agora, é negativo. Apesar da aliança com os democratas potiguares, o tucano ainda não decolou nas pesquisas. Sequer atingiu dois dígitos nas intenções de voto medidas pelos institutos de pesquisa. Esta, porém, seria uma situação a ser combatida, caso o prefeitável do PSDB viesse contando com o apoio ostensivo da legenda aliada. Mas não é o que está acontecendo.
Muito pelo contrário. A relação eleitoral entre o DEM e Rogério Marinho vem sendo marcada pela frieza, para dizer o mínimo. Até agora, só se restringiu mesmo ao aspecto formal da aliança. Na campanha em si, o que se tem visto é distanciamento entre os dois. O senador José Agripino já havia sinalizado esse distanciamento quando, às vésperas da convenção para homologar a candidatura do tucano, anunciou singelamente que seu partido abriria mão de indicar o candidato a vice. A situação acabou revertida depois, e o DEM ficou com a vice. Porém, não apagou a impressão do pouco-caso dos democratas com a candidatura do aliado. As dúvidas sobre o empenho do DEM na campanha de Rogério Marinho voltaram a ganhar evidência agora, após o sintomático aviso da governadora Rosalba Ciarlini de que não terá "tempo" para participar da campanha em Natal.
Como é próprio da democracia, o pensamento é livre para quem quiser ter outra opinião. Mas quem trabalha em política sabe que está longe de ser normal uma liderança da envergadura de uma governadora tratar com tanto desdém assim a candidatura de seu grupo político na capital do seu Estado. O argumento seria mais válido se se aplicasse a um pequeno município do interior. Não é o caso. Há quem alegue que a postura de Rosalba seria uma espécie de carta de seguro para poupar Rogério Marinho do desgaste representado pela sua administração - pesquisas apontam que cerca de 70% dos natalenses reprovam a atual gestão do Estado. Pode ser. Ocorre que, com sua declaração, Rosalba acabou marcando uma posição: a de que quem não tem a campanha de Natal como prioridade é ela. E não o contrário. O que, no fim, configura novo prejuízo para a candidatura de Rogério Marinho.
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