A política de
assistência social deve ser mudada nos próximos anos. Esse é o diagnóstico de
Ilzamar Silva Pereira, que irá assumir a pasta de Assistência Social e Trabalho
a partir da próxima semana, na gestão do prefeito Carlos Eduardo. Ilzamar disse
em entrevista que os convênios com entidades para a prestação de serviços serão
revistos. A futura secretária entende que o Município deve realizar diretamente
as políticas.
"Entendemos que
isso não pode acontecer, porque a assistência social não pode sofrer
descontinuidade. A assistência social não pode depender de um contrato ou um
convênio e com isso sofrer a descontinuidade. É preciso ter uma política de
Estado", aponta. Além disso, Ilzamar
falou sobre a situação da Ativa. A entidade, que executa vários convênios com a
Semtas e passa por intervenção judicial, deve sofrer um enxugamento.
"Discutimos que a médio e longo prazo será necessário dotar a Semthas de
funcionários públicos para paulatinamente enxugar a Ativa", afirma Ilzamar
Pereira.
Qual a situação da
Secretaria de Assistência Social?
É preciso dizer
antes de tudo que estamos com dificuldade de conseguir informações. As
informações passadas pela transição são insuficientes e só poderemos obter um
diagnóstico real ao assumir. Nós vamos encaminhar isso aos setores competentes
do controle social, no momento oportuno. A política de assistência social não
pode continuar como está. A situação no Município, todos sabem, é complicada, e
o caso da Assistência Social não é diferente. A política de assistência não
está sendo executada como manda o Sistema Único de Assistência Social. Parte
dos serviços que deveriam ser prestados diretamente pela secretaria estão sendo
delegados a associações e organizações não governamentais. Entendemos que isso
não pode acontecer, porque a assistência social não pode sofrer
descontinuidade. A assistência social não pode depender de um contrato ou um
convênio e com isso sofrer a descontinuidade. É preciso ter uma política de
Estado. Iremos fazer também uma análise de como está sendo feito o cadastro
único do Bolsa Família. É preciso agilizar esses cadastros, porque eles não têm
sido feitos com a velocidade necessária. Há também os Centros de Referência em
Assistência Social, os CRAS.
Há pessoal
suficiente?
Será uma das
prioridades dotar a secretaria de funcionários públicos. Existe um compromisso
da Prefeitura nesse sentido. Dotar a secretaria de funcionários públicos, a
partir de um concurso público.
A Semthas tem
delegado o trabalho a entidades?
Sim, mas não temos
ainda ciência de quantas e quais entidades. Nós precisaremos diagnosticar quais
são essas entidades. Essa é uma realidade que encontramos. Tivemos acesso aos
convênios, mas não aos planos de trabalho. Precisaremos também visitar o
Conselho Municipal de Assistência Social para verificar como essas entidades
foram qualificadas. Entendemos que a secretaria precisa prestar diretamente
alguns serviços, que são essenciais. Não há como conveniar algumas execuções,
porque há o risco de descontinuidade. Iremos reafirmar a primazia do Estado. A
rede conveniada tem que ser complementar.
E como será
conduzida a questão da Ativa, que executa alguns projetos públicos? A
intervenção irá continuar?
Tivemos um
entendimento com a interventora e com o Ministério Público. Discutimos que a
médio e longo prazo será necessário dotar a Semthas de funcionários públicos
para paulatinamente enxugar a Ativa.
A Ativa de certa
forma ocupava um espaço que a Semthas devia ocupar?
É preciso entender a
questão histórica. Na década de 90, houve um sucateamento do Estado. Isso não
só em Natal com a Ativa, mas em vários outros locais foi repassada a
responsabilidade do Estado para essas entidades. Hoje a política foi
redirecionada.
Mas a Ativa
continuará existindo?
Sim. Isso por um entendimento conjunto inclusive com o Ministério Público. Até porque a entidade ainda tem os funcionários ligados a ela. O que não se entende é porque o Município repassa os recursos para outras entidades e a Ativa não diminui de tamanho. Na gestão anterior do prefeito Carlos Eduardo, a Ativa vinha diminuindo o seu tamanho. Mas recentemente a Ativa inchou bastante. Funcionários foram admitidos e iremos identificar a quais atividades eles estavam ligados a partir de janeiro. Veremos programa por programa quem são essas pessoas e o que estão fazendo.
Sim. Isso por um entendimento conjunto inclusive com o Ministério Público. Até porque a entidade ainda tem os funcionários ligados a ela. O que não se entende é porque o Município repassa os recursos para outras entidades e a Ativa não diminui de tamanho. Na gestão anterior do prefeito Carlos Eduardo, a Ativa vinha diminuindo o seu tamanho. Mas recentemente a Ativa inchou bastante. Funcionários foram admitidos e iremos identificar a quais atividades eles estavam ligados a partir de janeiro. Veremos programa por programa quem são essas pessoas e o que estão fazendo.
O MPE identificou
várias irregularidades, como a politização, indicação de ocupante de cargos por
políticos, programas que não eram executados, etc. A senhora teve conhecimento
disso?
A primeira coisa que
faremos, por compromisso, é mapear o que vem acontecendo na entidade. É um
compromisso fazer esse mapeamento: o que está funcionando e o que não está
funcionando. Não tenho um diagnóstico real ainda. Só teremos ao assumir.
Como está a situação
das Casas de Passagem?
É preciso fazer um
trabalho efetivo nesse sentido de referenciamento junto aos Cras. A Casa de
Passagem não é permanente, mas provisória. O nosso entendimento é de dar
autonomia aos adolescentes. Não temos ciência de tudo ainda. Mas sei que nesse
caso também há entidades substituindo a Semthas. A prestação precisa ser
direta.
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