O dicloridrato de pramipexol, medicamento usado no tratamento do mal de Parkinson, está em falta há aproximadamente 15 dias na Unidade Descentralizada de Agentes Terapêuticos (Unicat) de Mossoró. A denúncia foi feita pela presidente do grupo de apoio a portadores da doença, Elma Campelo. Ela disse que o problema vem sendo recorrente desde o ano passado.
O custo do medicamento é alto. Uma caixa chega a custar 245 reais e alguns pacientes necessitam de até três unidades. “O médico me prescreve duas caixas e eu estou tendo que comprar. O valor é alto, mas nenhum paciente pode ficar sem ele”, explica Elma.
A representante do grupo de parkinsonianos de Mossoró disse que em 2012 o medicamento deixou de ser fornecido pelo SUS na cidade por quase um ano. “A Unicat suspendeu o repasse em março e só normalizou em novembro”, denuncia.
Elma diz que devido a falta, ela e mais outros integrantes estão pensando em acionar a justiça. “Sempre que vamos lá é uma desculpa diferente. Eles dizem que o laboratório não entregou. Vamos procurar os meios legais”, afirma.
Elma é mais uma das portadoras do Mal de Parkinson em Mossoró. No município, o grupo de apoio não tem dados precisos sobre o número de pessoas que lidam com a doença. Atualmente apenas 35 pacientes participam das reuniões e dos encontros de auto-ajuda que ocorrem na cidade. No estado, a Associação dos Parkinsonianos está parada devido o afastamento dos pacientes. “Ainda há muitas barreiras a enfrentar e a maior delas é o preconceito”, diz.
A reportagem não conseguiu contactar por telefone o responsável pelo setor de medicamentos na Unicat.
Pramipexol será fabricado no Brasil
Hoje o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que o dicloridrato de pramipexol será fabricado no Brasil daqui há três anos. O remédio precisa atualmente ser importado do laboratório alemão Boehringer Ingelheim.
A idéia é que com a redução do custo, o Ministério da Saúde possa ampliar o acesso, aumentando a oferta desse próprio medicamento ou utilizando o recurso economizado para incluir novos medicamentos na lista e ofertá-los à população. De acordo com Farmanguinhos, cerca de 20 mil pacientes são tratados com o dicloridrato de pramipexol, mas estima-se que 200 mil pessoas sofram de Parkinson no país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário