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quinta-feira, 11 de julho de 2013

TAXA SELIC TEM TERCEIRA ALTA SEGUIDA

O Banco Central (BC) anunciou ontem o terceiro reajuste seguido da taxa básica de juros da economia, a Selic, como estratégia para segurar  inflação. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa em 0,5 ponto percentual, para 8,5% ao ano. “O comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”, justificou o Copom em comunicado. A Selic maior é vista como prejudicial ao reaquecimento da economia, mas ajuda a caderneta de poupança a ter um rendimento maior.
Esta foi a terceira alta seguida da taxa. Em abril, o Copom - colegiado formado pelos  membros da diretoria e o presidente do BC - iniciou um novo ciclo de alta nos juros básicos, depois de quase dois anos sem aumento, e elevou a Selic para 7,5% ao ano. Desde agosto de 2011, a taxa vinha sendo reduzida sucessivamente até atingir 7,25% ao ano em outubro de 2012, o menor nível da história. A Selic foi mantida nesse nível até março deste ano.
Meta

A taxa Selic é o principal instrumento do BC para manter a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação corresponde a 4,5% (centro da meta), com margem de tolerância de dois pontos percentuais, podendo variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde julho do ano passado, o IPCA acumulado em 12 meses vem subindo. Em junho, o índice acumulado chegou a 6,7% e ultrapassou o teto da meta de inflação do governo. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA encerrará 2013 em 5,81%. Por outro lado, o aumento da taxa Selic prejudica o reaquecimento da economia, que cresceu apenas 0,9% no ano passado e ainda está sob o efeito de estímulos do governo, como desonerações e crédito barato. De acordo com o Boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de 2,34% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. A estimativa foi reduzida pela oitava semana seguida.

Usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), a taxa Selic serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la, o Banco Central contém o excesso de demanda, que se reflete no aumento de preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. No mercado, a expectativa é de que o Copom promova uma elevação de mais 0,50 ponto porcentual da Selic, no mês que vem, para 9% ao ano. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) considerou previsível o aumento de 0,5 ponto percentual da taxa básica, ontem. Em nota, a Firjan considerou a alta previsível pois, pela segunda vez no ano, a inflação medida pelo IPCA ultrapassou o teto da meta estabelecida. “Ao mesmo tempo, observa-se persistente deterioração das projeções de crescimento para a economia brasileira, especialmente após os frustrantes resultados do PIB [Produto Interno Bruto – a soma das riquezas produzidas no país] do primeiro trimestre e da produção industrial de maio”, informou o comunicado.

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