Em depoimento informal a deputados da CPI Mista da Petrobras, o ex-diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer, disse estar chocado com as notícias recentes sobre a empresa. Ele disse ainda que não teve conhecimento e nem participou de qualquer esquema de corrupção.
— Vivo hoje uma enorme angústia em relação à Petrobras — afirmou.
Ildo Sauer preferiu não se manifestar sobre a conduta de outros dois ex-dirigentes acusados de corrupção — Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa — mas falou sobre os custos da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que consideroumuito elevados. Ao responder por que foi demitido da diretoria da Petrobras em 2007, o engenheiro disse acreditar que isso ocorreu devido a divergências técnicas, administrativas e sobre estratégias, com o governo, principalmente o Ministério de Minas e Energia e a Casa Civil. Ele descartou que sua demissão esteja ligada ao fato de ter ficado de fora do esquema de corrupção.
— Me demitiram porque acharam que eu não era adequado para as políticas que queriam implementar. Faz parte do jogo [...] Não pedi para entrar, não pedi para sair. Fui demitido com honra — enfatizou.
Perguntado se a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam da corrupção na companhia, ele preferiu não responder:
— Acho que minha opinião sobre isso é irrelevante — resumiu. Sauer, no entanto, confirmou as críticas feitas à presidente Dilma em entrevista recente:
- Sempre achei que ela tinha mais capacidade de buscar culpados do que soluções - disse.
Pasadena
Sobre a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, Ildo Sauer disse que em 2006 era de fato necessário expandir o parque de refino no exterior. Ele não eximiu o Conselho de Administração de responsabilidade no negócio:
- O conselho tem acesso a qualquer informação e pode até contratar assessoria externa. Não deve se ater apenas a um resumo técnico. Tem obrigação de buscar mais informações - ressaltou.
Segundo a presidente do Conselho Administrativo da Petrobras na época, a ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff, a compra de Pasadena foi autorizada com base em um resumo falho elaborado por Nestor Cerveró, que estava à frente da Diretoria Internacional da empresa. O ex-diretor falou para alguns deputados informalmente diante da impossibilidade de abertura oficial da reunião por conta das votações no Congresso. O relator, deputado Marco Maia (PT-RS), anunciou que vai apresentar seu relatório na próxima quarta-feira (10), para viabilizar a votação final no dia 17.
Fonte: Agência Senado
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