COLUNA DE TULIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE...

IRREGULARIDADE
O discurso completo do novo presidente do TJRN, o desembargador Cláudio Santos, expõe não o descontrole de gastos do Judiciário potiguar, mas também o cometimento de irregularidades – e não só imoralidades. Desta forma, Santos se aproxima do povo, das instituições de controle, e ganha força e prestígio social, coisa que há muito tempo um presidente do Tribunal de Justiça não tinha – pelo menos, não nessa proporção.

NOVIDADE
Apesar de chamar a atenção por ser um presidente do TJ falando dessas irregularidades e imoralidades, o descontrole de gastos no Judiciário não é novidade. Quem acompanha o trabalho do Tribunal de Justiça sabe disso há muito tempo. O problema é que o Judiciário parece acima de qualquer suspeita para os órgãos de controle.

PARECIA
Aliás: parece não, parecia! Afinal, desde que assumiu o Ministério Público de Contas, o procurador Luciano Ramos vem se manifestante de forma crítica aos gastos do TJ. Até “ousou” afirmar que o Judiciário estaria infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal.

ONDA
De qualquer forma, de fato, parece que uma onda de sanidade fiscal toma conta dos gestores públicos. O governador do RN assumiu com esse discurso e será beneficiado por uma reforma administração e uma auditoria na folha já previstas pela administração Rosalba Ciarlini. O presidente da Assembleia, Ricardo Motta (PROS), também anunciou o controle dos gastos por parte do Legislativo. Agora, o TJRN com Cláudio Santos.

CONTROLE

Resta saber se essa onda chegará também aos órgãos de controle e fiscalização, como Ministério Público do RN, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público de Contas. Só se a onda chegar é que estes poderão fiscalizar se, realmente, os demais poderes estão trabalhando neste sentido ou se é apenas uma jogada de marketing.

CONTROLE II
E, além disso, fazer com que os próprios órgãos de controle olhem para os próprios umbigos e analisem se há ou não irregularidades dentro de “casa”. Afinal, não é de hoje que há suspeitas de irregularidades ou desvios, por exemplo, no Tribunal de Contas do Estado, com o excesso de comissionados e profissionais cedidos por outros poderes.

RISCO
Robinson Faria assumiu um grande risco ao dizer que as medidas emergenciais na segurança pública já entraram em vigor nesta sexta-feira. Não vi mais policiais nas ruas por onde passei e, durante a noite, o saldo foi de dois homicídios em Natal. E, se continuar assim, o discurso ficará rapidamente vazio.

PM
Por falar em segurança, aproveito o espaço para agradecer ao coronel Araújo Silva pela atenção com a qual ele sempre tratou a imprensa e, consequentemente, a sociedade (pois é o jornalista que liga a figura pública ao povo). Durante um fracassado governo, Coronel Araújo trabalhou 24 horas por dia, sete dias por semana e, sempre que procurou, se mostrou conhecedor do que estava acontecendo nas ruas do RN.

PM II
Araújo, no entanto, sofreu com a falta de priorização da segurança pública no Rio Grande do Norte. Poderia ter sido, pela vontade que teve, o grande homem da segurança. A falta de dinheiro, de efetivo e de projetos, do Governo, ressalta-se, impediram isso. E Coronel Araújo termina sua participação como uma grande figura, mas com poucos resultados.