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sábado, 24 de janeiro de 2015

COLUNA DE TULIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE...

AUSENTE
O deputado federal Fábio Faria teve um ano conturbado. Viajou para fora do país algumas vezes, viu nascer o primeiro filho, foi reeleito para a Câmara Federal como terceiro mais votado. E tudo isso parece ter justificado as 39 ausências dele em sessões plenárias realizadas neste ano, em Brasília, fazendo parlamentar ser o mais faltoso da bancada potiguar. Segundo dados da própria Câmara Federal, Fábio Faria esteve ausente em 47,6% das sessões plenárias. Ou seja: só compareceu a 43 das 82 duas sessões realizadas durante o ano de 2014. E todas as 39 ausências, segundo o portal da transparência do legislativo federal, foram justificadas como “missão autorizada”.

PMDB
Se, em 2013, alguém me dissesse que o PMDB estaria, dois anos depois, num processo de “apequenamento” tão grande quanto este, tendo que aderir ao governo de Carlos Eduardo e abrir mão da candidatura própria a Prefeitura de Natal, eu não acreditaria. O Diretório Estadual tinha o presidente da Câmara Federal, terceiro homem da República; o ministro da Previdência Social; cinco deputados estaduais; três vereadores em Natal; mais de uma centena de prefeitos no Rio Grande do Norte e havia saído, fortalecido, de uma disputa aparentemente fácil (para Carlos Eduardo) pela Prefeitura de Natal.

PMDB II
Para 2015, tudo mudou. Derrotado na disputa pelo Governo do Estado, fora da gestão federal e sem a Federação dos Municípios (presidida há anos pelo braço direito dele, Benes Leocádio), Henrique Alves se viu sem espaço para acomodar os seus e passou ocupar os gabinetes de Walter Alves e Garibaldi Filho.

PMDB III
Garibaldi, por sua vez, aceitou abrir mão de disputar a Presidência do Senado na tentativa de ganhar apoio do PMDB na indicação de Henrique para o Ministério do Turismo, diminuindo a “sofrência” do ex-candidato a governador do Estado.

PMDB IV
E o pior é que o cenário que se desenha para o PMDB no RN não é dos melhores. Sem disputar a Prefeitura de Natal para apoiar o PDT, a sigla poderá chegar ainda mais fraca para a disputa pelo Governo do Estado em 2018. E talvez não dispute, sendo engolida, talvez, por um Carlos Eduardo forte pela reeleição em 2016, forçando um arranjo para colocar Henrique como deputado federal e Walter voltando a Assembleia ou na condição de vice do primo segundo. Se Carlos Eduardo perder em 2016, a situação fica ainda pior.

PMDB V
Diante disso, o clima do PMDB é de incerteza. O futuro é incerto. E, quem diria, a família Alves poderia ter hoje o governador do Estado, aliado ao prefeito de Natal, a presidência da FEMURN, um deputado federal, cinco estaduais e um senador candidato a presidência do Senado.

DEMOCRACIA?
Por sinal, quem acredita em democracia num partido governado há décadas por uma mesma família, pode acabar enganado igual ao ex-vereador Professor Luiz Carlos. Integrantes dos quadros do PMDB, ele foi um dos que criticou as decisões partidárias unilaterais de apoiar e financiar candidaturas de outros partidos, em nome do “acordão” e não os próprios peemedebistas. Em 2014, a candidatura dele a estadual teve o apoio financeiro de apenas R$ 40 mil, enquanto outros nomes, de ex-adversários de Henrique, receberam mais de meio milhão de reais.

CONSULTORIA
O caso de José Dirceu mostra bem o quão vago é a história da consultoria. Receber qualquer valor e depois dizer que prestou uma consultoria sobre determinado assunto parece algo cada vez mais comum como forma de regularizar um pagamento, muitas vezes, repleto de indícios de superfaturamento.

CONSULTORIA 2
E qualquer semelhança desse caso com a de consultorias prestadas a deputados da bancada federal do RN pode não ser mera coincidência.

APOSENTADOS
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, foi homenageado nesta sexta-feira, em Natal, por professores aposentados da UFRN pelo apoio prestado durante o andamento da ação dos precatórios. Na ocasião, Alves recebeu uma placa assinada pelas entidades de representação da categoria, incluindo o Sindicato, a ADURN e a APURN.

APOSENTADO 2
Por falar em aposentado, imagine a homenagem que Henrique não deve ter recebido de Paulo Wagner, a quem concedeu a aposentadoria por invalidez após uma campanha eleitoral e poucos meses depois de ter um programa seu na TV local.

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