
O Projeto de Lei (PL) que altera a distribuição do Imposto sobre Serviços
(ISS) foi votado na tarde desta quarta-feira, 14 de dezembro, no Senado Federal,
com 63 votos favoráveis e três contrários. A Confederação Nacional de Municípios
(CNM) comemora a iniciativa, pois o texto aprovado pelos parlamentares inclui
mecanismos importantes para melhorar a arrecadação dos Municípios. O texto segue
agora para sanção presidencial.
Foram cinco anos de luta junto ao Congresso Nacional para mostrar aos
deputados e senadores a necessidade de reformular a distribuição do Imposto.
Conforme aponta balanço da entidade sobre a Lei Complementar 116/2013, há uma
concentração da receita do ISS nas mãos de poucos Municípios, especialmente nos
serviços de administração de cartão de crédito e débito, nos serviços de
arrendamento mercantil (leasing) e nos planos de saúde.
A Confederação também identificou que diversas atividades surgiram no
decorrer dos mais de 10 anos de vigência da Lei, porém elas ainda não estavam
sendo tributadas. Isso levou a CNM a elaborar uma minuta para sugerir mudanças
em trechos da Lei Complementar 116/2013. O documento foi construído após uma
série de eventos por todo o Brasil.
Luta municipalista
Após finalizado, o texto foi apresentado na Câmara dos Deputados. A entidade
identificou que o Projeto de Lei Complementar (PLC) 366/2013, em tramitação na
Casa, tratava de temas relacionados ao ISS. Originário do Senado e de autoria do
senador Romero Jucá (PMDB-PE), o texto estava aguardando apreciação do Plenário
da Casa. Considerando a tramitação avançada da matéria, a CNM articulou junto ao
deputado Hildo Rocha (PMDB-MA) para que apresentasse emendas ao projeto. O
intuito era garantir a desconcentração da receita do ISS e maior ampliação da
lista de serviço, uma vez que o texto original não contemplava todos os pontos
de interesse dos Municípios.
Após longos debates no plenário da Câmara dos Deputados, o movimento
municipalista comemorou a inclusão dos textos que beneficiariam os Municípios.
No entanto, o projeto aprovado na Casa ainda precisava de ajustes. Sob a
relatoria do senador Roberto Rocha (PSB-MA), o projeto voltou à casa originária
e, novamente, a Confederação mobilizou os parlamentares.
Espera
Durante nove meses, a CNM trabalhou junto ao senador para fazer as adequações
necessárias no texto. Em 15 de dezembro de 2015, Rocha apresentou seu parecer
atendendo a todos os pedidos da entidade municipalista. Porém, apesar de constar
na pauta do Plenário, durante quase um ano a matéria não havia sido votada. Em outubro de 2016, houve um pedido de licença do senador Roberto Rocha.
Então, a matéria teve que aguardar a nomeação de novo relator. Quem assumiu a
relatoria do projeto foi o senador Cidinho Santos (PR-MT).
Essa mudança deu
início a nova articulação para que fosse mantida a redação em favor da
totalidade dos Municípios. No dia 13 de dezembro, em sessão do Plenário do Senado, o Cidinho Santos
iniciou a leitura de seu parecer, elaborado em conjunto com a CNM. Então, neste
dia 14 de dezembro a matéria foi finalmente apreciada pela Casa. Como nota a
entidade, a mudança na redação da Lei do ISS representa uma conquista de mais de
R$ 6 bilhões aos Municípios brasileiros.
Otimismo
Em entrevista para a Agência CNM, o relator ressaltou sua felicidade com a
aprovação da matéria no Senado Federal. Ele, que já foi prefeito, demonstrou
compreender a dramática situação dos gestores municipais de todo o país e
revelou suas expectativas após a tramitação nas duas Casas. “A votação dessa
matéria é decisiva para os Municípios, especialmente nesse período de crise.
Acredito que não haverá nenhuma objeção na presidência”, finalizou o
relator.
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