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A Justiça começou a ouvir nesta quinta-feira
(28) as testemunhas do processo aberto em decorrência da Operação Dama de
Espadas, deflagrada em 2015 no Rio Grande do Norte. De acordo com o Ministério
Público, cerca de R$ 4,4 milhões foram desviados da Assembleia Legislativa do
estado através de pagamento de servidores fantasmas por meio de
cheques-salários. Atualizados, os valores chegariam a R$ 9,3 milhões. Durante a manhã, na 6ª Vara Criminal do Fórum
de Natal, três testemunhas de acusação prestaram depoimento ao juiz Ivanaldo
Bezerra. A audiência tinha sido marcada inicialmente para o dia 30 de maio, mas
foi adiada porque os advogados de defesa dos réus afirmaram na ocasião que não
tiveram acesso à colaboração premiada assinada entre o MPF e a ex-procuradora
geral da Assembleia, Rita das Mercês. Apesar de afirmar que o documento havia
sido disponibilizado nos autos, o juiz adiou o início das oitivas.
Entre os ouvidos nesta quinta (28), estavam os
servidores da Assembleia Tiago Cortez do Carmo Carvalho e Margareth Dantas. A
primeira testemunha, entretanto, foi Luana Athaíde, ex-gerente do banco
Santander, que trabalhava na agência localizada dentro da sede do Poder
Legislativo. Uma outra testemunha, Lúcia Regina Barreto, não compareceu. Ela
justificou que estava com viagem marcada. Ao magistrado, os ouvidos confirmaram que existiam
movimentações suspeitas dentro da Assembleia, um grande volume de procurações
para retirar dinheiro na agência bancária e pagamento de cheques-salários.
Thiago Cortez disse ainda que, quando chegou ao Legislativo, após a operação, o
órgão tinha mais de 3 mil funcionários e a atual gestão conseguiu enxugar a
máquina, chegando a um total de 2,1 mil servidores. A ex-procuradora da Assembleia, Rita das
Mercês, e o filho dela, Gutson Reinaldo, que são réus e fecharam acordo de
delação premiada, não compareceram à audiência desta quinta. Entretanto, seus
advogados informarma que, quando forem ouvidos pela Justiça, eles vão confirmar
tudo o que já disseram nas delações. As audiências terão continuidade nos dias 18 e
19 de setembro, quando o juiz vai ouvir mais testemunhas de acusação do
processo. Ao todo, entre defesa e acusação, mais de 60 pessoas serão ouvidos
pelo Judiciário.
Réus
A Justiça aceitou
em maio de 2017 a denúncia do MP contra 24 pessoas. Dentre elas, Rita das
Mercês, o Gutson Johnson Reinaldo Bezerra, a ex-secretária particular dela Ana
Paula de Macedo Moura Fernandes e José de Pádua Martins, o ex-marido de Rita. De acordo com o MP, ao lado de outros
denunciados, eles "constituem o núcleo de uma organização criminosa que
atuou no âmbito da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte no
período de 2006 a 2015, que desviou recursos públicos mediante a inserção de
fraudulenta de pessoas na folha de pagamento do órgão legislativo e outras
forma de desvios".
Segundo a defesa de Rita das Mercês, a ré tem
evitado sair de casa e prefere se manter reservada para evitar pressões de
servidores, deputados e outros políticos que ela delatou. Deputados e outros
políticos com fórum privilegiado não são réus nessa ação de primeira instância. De acordo com a delação de Rita das
Mercês, cargos
fantasmas eram usados para compra de votos de deputados e apoios políticos na
Assembleia Legislativa.
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