Teve início na manhã desta segunda-feira (2), em Natal, o julgamento do policial militar Pedro Inácio Araújo, acusado de estuprar e estrangular a estudante universitária Zaira Dantas Silveira Cruz, durante o Carnaval de 2019, em Caicó, na região Seridó do Rio Grande do Norte. O júri popular acontece no Fórum Miguel Seabra Fagundes, no bairro de Lagoa Nova, zona Sul da capital potiguar, e deve se estender até a próxima sexta-feira (6), devido à complexidade do processo, que tem cerca de 7 mil páginas e 22 testemunhas arroladas. O crime, que causou comoção em todo o estado, ganhou grande repercussão pública. Por esse motivo, o julgamento, inicialmente marcado para ocorrer em Caicó, foi transferido para Natal a pedido da defesa do réu, que alegou dúvida sobre a imparcialidade do júri naquela região.
A mãe da vítima, Ozanete Cruz, compareceu ao fórum e falou da dor de esperar por justiça durante seis anos: “A dor de perder uma filha nunca passa, mas ameniza quando a justiça é feita”, disse emocionada. Por se tratar de um processo que corre em segredo de justiça, o juiz responsável pela 2ª Vara Criminal de Natal emitiu uma portaria restringindo o acesso à sessão. Apenas os pais de Zaira, uma psicóloga do Ministério Público e familiares do réu tiveram entrada autorizada. A imprensa e o público foram impedidos de acompanhar o julgamento. Grades foram colocadas ao redor do prédio, que está em obras, e o esquema de segurança foi reforçado. Todos os envolvidos acessaram o fórum por uma entrada lateral.
Zaira, natural de Currais Novos, tinha 22 anos e cursava Engenharia Química. Ela estava em Caicó com parentes e amigas para curtir o carnaval quando reencontrou Pedro Inácio, com quem já havia tido contato anteriormente. Conforme as investigações, o policial abusou sexualmente da jovem e a matou por estrangulamento. O réu foi preso posteriormente e responde por feminicídio e estupro. Caso seja condenado, poderá pegar até 30 anos de prisão — pena máxima permitida pela legislação na época do crime. A lei que elevou esse limite para 40 anos, com o chamado “pacote anticrime”, só se aplica a crimes cometidos após a sua entrada em vigor. O julgamento segue sob forte comoção, expectativa e segurança.
FONTE/Redação/Portal da Tropical
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