As atividades escolares presenciais não têm data
para retorno. O que se sabe até o momento é que até agosto não haverá retomada.
O decreto que suspende as atividades presenciais nas escolas vai até o dia 6 de
julho, mas o Governo deve editar uma nova medida prorrogando a suspensão, como
informou o secretário de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer
do Rio Grande do Norte (SEEC), Getúlio Marques. A iniciativa é necessária como forma de contribuir
para minimizar a circulação do novo coronavírus e colaborar com os índices de
isolamento social, tendo em vista que só a comunidade escolar representa cerca
de um terço da população do Estado. De acordo com o secretário de Educação, o
RN tem quase um milhão de alunos, somando a esse número os professores e
trabalhadores terceirizados da Educação, o número é superior a um milhão. Mesmo sem previsão de uma data definida, o
secretário de Educação afirma que o Governo está preocupado com o retorno.
Segundo ele, a Secretaria de Educação elaborou e
está aplicando quatro modelos de questionários, um para cada segmento –
gestores, coordenadores, professores e alunos para saber quais as maiores
dificuldades enfrentadas durante a pandemia, a fim de melhorar o protocolo de
retorno. O questionário, obrigatório para os gestores, está
sendo aplicado de forma virtual e, tendo em vista que nem todos têm acesso às
ferramentas, será feito por amostragem. De acordo com Getúlio Marques, paira os
alunos que não têm acesso, a escola pode fazer a impressão e enviar. Os primeiros pontos são relacionados à área da
saúde e no decorrer do questionário entram nas questões pedagógicas. A aplicação do questionário começou recentemente e,
segundo Getúlio Marques, vai até a primeira semana após o recesso escolar, que
começou na segunda-feira passada e vai até o dia 6 de julho.
De acordo com Getúlio Marques, até o final de julho
a Secretaria vai estar com o protocolo pronto para que no momento que houver o
retorno ele seja cumprido. Essa retomada das aulas passa por uma série de
questões como aquisição de equipamentos e insumos, disponibilidade de máscaras
para alunos, professores e terceirizados, análise da situação dos alunos que
dependem do transporte escolar, observação da situação dos professores que
fazem parte do grupo de risco, espaço entre as carteiras dos estudantes,
adequação da estrutura física das salas de aula, uma vez que algumas estavam
sendo adequadas para climatização.
O secretário de Educação afirma que o retorno deve
ser gradual e será necessário testar como ocorrerá. Segundo ele, as escolas
particulares defendem que os alunos dos anos iniciais retornem primeiro, já que
os pais irão trabalhar.
Getúlio Marques integra um grupo com representes de
vários setores ligados à Educação incluindo representantes dos municípios e das
escolas privada, que se reúne virtualmente a cada 15 dias, desde que as aulas
foram suspensas. O grupo encaminha recomendações ao Comitê de Saúde, que tem
autonomia para tomar as decisões. Mas ele comenta que um novo decreto deve ser
publicado em relação ao prazo de suspensão das aulas. “Qual o consenso desse grupo? É que o retorno seja
feito com segurança”, diz o secretário
ENEM
O secretário de Educação informa que, em relação a
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), os posicionamentos existentes ainda datam
do período em que o ministro da Educação era Abraham Weintraub. Não havia
diálogo com o Ministério e, em um momento de pandemia o ministro queria aplicar
as provas em novembro. Segundo ele, o Governo sugeriu possibilidades,
através da pesquisa junto aos estudantes, mas os secretários de educação
entendem que a prova não pode ser realizada este ano.
De acordo com a consulta disponibilizada pelo
Governo, que vai até o dia 30 de junho, as datas disponibilizadas na enquete
voltada aos candidatos são:
Enem impresso: 6 e 13 de dezembro de 2020 / Enem
Digital: 10 e 17 de janeiro de 2021;
Enem impresso: 10 e 17 de janeiro de 2021 / Enem
Digital: 24 e 31 de janeiro de 2021;
Enem impresso: 2 e 9 de maio de 2021 / Enem
Digital: 16 e 23 de maio de 2021.
Getúlio Marques alerta que este ano já está
comprometido para todos os estudantes. Porém, para alguns o comprometimento é
bem maior, tendo em vista que muitos não tem acesso à conectividade, são de
baixa renda, os pais precisam trabalhar e não podem realizar um acompanhamento,
entre outros fatores. “Até esse momento o que nós podemos dizer é isso,
que todos perdem”, afirma o secretário. Apesar disso, ele diz que o ano não está perdido,
porque os trabalhos dos secretários de Educação proporcionam conhecimento. Mas
o secretário admite que, mesmo assim, muitos estão de fora e não estão fazendo
nada, em decorrência da de acesso, entre outros fatores.