Suplentes considerados inaptos fizeram ato na tarde de ontem em frente à Procuradoria Geral
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) formalizou a decisão tomada pelo 
governo quase um mês atrás e vai recomendar que seja feita reavaliação 
psiquiátrica dos 499 candidatos a praças da Polícia Militar do Rio 
Grande do Norte que foram considerados inaptos no psicoteste e 
ingressaram com recurso contra os resultados. A formalização ocorreu na 
tarde de ontem (28), em reunião na sede da PGE entre o procurador-geral 
adjunto, João Carlos Gomes Coque, e uma comissão formada por 
representantes dos candidatos que questionaram o concurso na Justiça. “Chegamos
 à conclusão de que não poderia haver reprovação com base em laudo 
psicológico, uma vez que o psicoteste não estava previsto no edital. 
Sendo assim, um novo teste psiquiátrico terá que ser feito. Este é o 
nosso posicionamento e é o que vamos recomendar”, declarou João Carlos 
Coque.
O presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar 
do RN (Aspra), sargento Eduardo Canuto, considerou a decisão da PGE uma 
saída para o problema, mas, segundo ele, não era exatamente isso que os 
candidatos esperavam. “A expectativa era de que o resultado do 
psicoteste fosse anulado e que não houvesse necessidade de se submeter a
 novos exames psiquiátricos, uma vez que todos já fizeram e foram 
aprovados”, disse Canuto. Apesar de sair da reunião não 
totalmente satisfeito, o presidente da Aspra-RN disse que espera, agora,
 que a reavaliação seja realizada no mais curto espaço de tempo e que 
seja dado prosseguimento ao processo, com a convocação, para o Curso de 
Formação, dos 160 candidatos aprovados na penúltima fase do concurso - 
os exames clínicos e de saúde. 
Os testes foram feitos em 
dezembro e janeiro e o resultado foi publicado no início de abril. Do 
total de 824 candidatos, 707 fizeram os exames e, destes, 547 foram 
considerados inaptos – dos quais 499 somente no psicoteste.  Foi 
exatamente a realização desse exame que a Aspra-RN contestou em ação 
judicial, por não constar no edital do concurso publicado em 2005. O
 governador Robinson Faria reconheceu falha na condução do processo e 
anunciou, no dia  30 de abril, que iria nomear nova comissão médica para
 a reavaliação desses 499 candidatos. A comissão deverá ser constituída 
por psiquiatras dos quadro dos serviços de saúde do Estado e da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte e de um deputado integrante 
da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. Robinson Faria afirmou 
aos concursados que tomou a decisão atendendo ao clamor da sociedade por
 segurança pública.“Vamos avaliar todos os recursos e cumprir o
 que está previsto no Edital. A implantação de uma nova Comissão anula o
 resultado anterior e os concursados terão o direito de serem 
reavaliados a partir dos recursos impetrados”, afirmou o governador na 
ocasião. 
Antes de anunciar a revogação do psicoteste a uma 
comissão dos concursados, o governador Robinson Faria reuniu-se por 40 
minutos com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado  Ezequiel 
Ferreira (PMDB) e os deputados estaduais Alberto Dickson (Pros),  
Fernando Mineiro (PT), Márcia Maia (PSB) e Disson Lisboa (PSD), que 
provocaram a audiência com o governo para encontrar uma solução a 
respeito dos exames. Dos avaliados, apenas 160 foram aprovados nos 
exames de saúde. Participaram ainda a secretária estadual de 
Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Kalina Leite, o comandante da
 PM, coronel Angelo Dantas e o coordenador da junta médica, 
tenente-coronel Silvério Monte, além do procurador-geral do Estado, 
Francisco Wilkie Rebouças.