Fotos: Divulgação/TRF5
O Tribunal Regional Federal da
5ª Região – TRF5 realizou, no final da tarde desta segunda-feira (1º/09), a
posse solene de Walter Nunes da Silva Júnior no cargo de desembargador federal.
A cerimônia aconteceu no Plenário da Corte, diante de familiares, amigos e
colegas do magistrado. Walter Nunes, que já havia sido empossado
administrativamente desde o dia 4 de junho, assumiu o cargo pelo critério de
antiguidade, na vaga deixada com a aposentadoria do desembargador federal
Vladimir Carvalho.
A solenidade foi conduzida
pelo presidente do TRF5, desembargador federal Roberto Machado. Em nome da
Corte, a desembargadora federal Cibele Benevides saudou o novo integrante do
Colegiado. Em seu discurso, Benevides apontou que a trajetória do empossando
não pode ser dissociada da figura do pai dele, que foi perseguido durante o
regime militar, e destacou a dedicação às questões que envolvem o sistema
prisional brasileiro. “Dono de uma mente sempre em ebulição, está sempre
estudando, sempre produzindo. É um eterno estudante e aprendiz e, hoje,
profundamente dedicado a resolver os problemas do sistema penitenciário
brasileiro. Walter Nunes da Silva Júnior construiu sua carreira tijolo por
tijolo, em um desenho mágico, como Chico Buarque cantou em sua música
preferida, Construção”.
Ao fazer uso da palavra,
Walter Nunes agradeceu aos(às) colegas de profissão, aos amigos e aos
familiares. Também destacou o acolhimento que recebeu ao chegar no TRF5. “Para
chegar até aqui, tenho muito a agradecer. Primeiramente e sempre, a todos que
lutaram no passado e resistem no presente pelo império da Justiça, contra o
autoritarismo. Sou muito agradecido pela forma como todos os desembargadores me
receberam aqui e, também, os servidores, em especial os do meu gabinete”. Com anos de atuação na justiça
criminal, ele também opinou sobre o sistema penitenciário. “A visão crítica
permite enxergar que o sistema penal brasileiro é seletivo: atinge,
majoritariamente, jovens negros e pobres. E pior: falha exatamente onde mais se
exige eficiência, que é no enfrentamento à criminalidade violenta e às
organizações criminosas. Ignora que as grandes organizações criminosas
nasceram, se fortaleceram e estabelecem relações de poder no interior dos
presídios”, pontuou.
Nunes também falou sobre a
função do juiz. “Ser juiz é aceitar a dúvida como companheira, a escuta como
método e a constituição como bússola. Pede prudência, mas nunca covardia diante
das injustiças. Que nossas decisões reflitam não apenas o rigor da técnica, mas
a densidade do humano e da coragem”.O magistrado finalizou fazendo
uma homenagem especial à família. “Olho para meus irmãos, cunhadas e sobrinhos
e sinto mais forte a presença dos meus pais. Aline (esposa), vendo a sua
família, sinto a grande fortuna que o destino me reservou: casar-me com você.
Formamos, juntamente com Arthur e Heloísa, nossos filhos, um núcleo familiar
forte, coeso e amoroso, alicerçado na confiança, no afeto e na presença mútua”.
Natural de Natal (RN), Walter
Nunes é graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), com mestrado e doutorado em Direito pela Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE). Foi titular da 2ª Vara da Justiça Federal no Rio Grande do
Norte (JFRN), onde construiu trajetória marcada pela atuação em casos de grande
repercussão. Foi corregedor da
Penitenciária Federal em Mossoró (RN), coordenador-geral do Fórum Permanente do
Sistema Penitenciário Federal e membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Também presidiu a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e atuou como
juiz auxiliar da Presidência e da Corte Especial do Superior Tribunal de
Justiça (STJ). É membro titular do Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária (CNPCP)
Fonte: TRF5