Os/as professores/as da Rede
Pública de Ensino foram surpreendidos com uma manchete fake do jornal Tribuna
do Norte que apontava: “Após 407 dias sem aulas, professores ameaçam greve”. O
título da matéria não condiz com a realidade vivida pelos milhares de
educadores/as do RN que, em meio a pandemia da Covid-19, dão continuidade às
atividades educacionais, desenvolvendo aulas de forma remota com dedicação e
responsabilidade.
Má fé, falta de conhecimento
ou erro na apuração dos fatos? A manchete do jornal reflete uma falácia ou
completa ficção que vem sendo disseminada entre diferentes setores da sociedade
e que aponta que os professores têm recebido seus salários sem desempenhar
qualquer atividade desde março de 2020. A verdade é que no dia a dia e desde
que a pandemia teve início, esses profissionais enfrentam uma rotina difícil,
muitas vezes beirando a exaustão.
Para se adequar a realidade do
momento e preservar suas vidas, de seus familiares, estudantes e responsáveis,
há treze meses os professores transformaram suas residências em salas de aula.
Recorrendo a um computador ou smartphone pessoal, fazendo uso da internet de
seus domicílios, compartilhando a intimidade do lar e adaptando as metodologias
presenciais para o formato remoto, a categoria se reinventou para atender aos
mais de 600 mil estudantes matriculados na Rede Pública e por acreditar que a
educação formal é um instrumento poderoso de mudança social.
Apesar dos desafios e
dificuldades das aulas remotas para educadores e estudantes e apesar do desejo
de retomar às aulas presenciais, os/as professores/as entendem que não é
possível cogitar uma volta segura à normalidade antes da imunização da
população de forma célere, do maior controle da doença e da redução dos números
de internações e mortes, especialmente quando o país registra mais de 3 mil
vidas perdidas diariamente para a Covid. Desse modo, o retorno presencial ainda
não é possível sobretudo nas escolas da rede pública e para alunos que utilizam
transporte coletivo e que, por isso mesmo, estão ainda mais expostos ao risco.
O SINTE/RN reitera aos potiguares que, em meio ao medo, perdas, dor e desafios, os professores e professoras da Rede Pública de Ensino estão trabalhando e trabalhando muito. E esclarece que as atividades dos educadores têm ocorrido de forma remota porque o trabalho que eles desenvolvem assim o permite, porque o momento requer medidas de distanciamento social e porque viver deve ser prioridade de todos. Adicionalmente, o Sindicato chama atenção para o fato de que a greve é um instrumento de luta da classe trabalhadora; um direto que não pode e nem deve ser confundido com ameaça.