Considerado
um dos grandes mecanismos de estímulo às micro e pequenas empresas, cuja
presença no Rio Grande do Norte representa 97% da atividade econômica, o portal
Licita Fácil RN, criado para reunir num só lugar a extensa lista de informações
e editais das licitações do Governo do Estado e prefeituras municipais, mostra
que as MPEs são pouco privilegiadas. Festejado
como importante ferramenta para trazer mais transparência aos processos
licitatórios, democratizando grandes oportunidades de vendas aos governos, das
47 licitações contidas no portal, em diferentes modalidades, entre hoje e o dia
21 de janeiro, totalizando R$ 66.94.088,39, apenas R$ 520,6 mil beneficiam as
micro e pequenas empresas. “Os demais são de ampla concorrência”, posta
em seu blog hoje o economista Aldemir Freire (www.economiadorn.com.br), que se
deu ao trabalho e examinar, um a um, todos os processos. De acordo com esse
levantamento, a CAERN responde pelo maior volume de compras, cerca de R$ 39,06
milhões, seguido da prefeitura de Mossoró (R$ 10,5 milhões) e da prefeitura de
Assu (R$ 4,05 milhões).
A maior licitação ocorrerá no dia 11 de janeiro de 2013, às 9:00, na modalidade
presencial, com valor de R$ 28,2 milhões destinados à aquisição de caminhões,
hidrojatos, sucção, valetadeiras, munk, retro escavadeira e tanque pipa. A primeira
providência do economista foi usar sua conta do Twitter para perguntar ao
diretor de negócios do Sebrae/RN, João Hélio Cavalcanti, a que se devia tamanha
discrepância num programa destinado a ampliar as oportunidades para as micro e
pequenas empresas. Hoje pela
manhã, oficialmente de férias, mas resolvendo pendências no Sebrae, João Hélio
concordou em tese com as dúvidas do economista. “Em se confirmando os números
apurados por Freire, é muito pouco dinheiro em relação ao tamanho do
investimento”, afirmou. Sobre o
assunto, o JH tentou por diversas vezes ouvir pela manhã o secretário geral de
Administração e Recursos Humanos do Governo do Estado, Alberto Luiz França de
Araújo, mas não obteve retorno das ligações.
Para João
Hélio, uma das explicações para isso talvez esteja no fato de que a
administração prefere fazer uma só grande licitação, do que fazer várias
menores, o que obviamente daria muito mais trabalho. “Ainda não
me aprofundei nessa questão, mas à primeira vista concordo que o valor
destinado às micro e pequenas empresas não faz jus ao que elas podem oferecer
em matéria de produtos e serviços”, afirmou João Hélio. Ele
lembrou que um dos muitos e grandes avanços surgidos com a Lei Geral das Micro
e Pequenas Empresas foi estabelecer preferência na contratação de MPE nas
contratações de até R$ 80 mil e o RN foi um dos estados que adotaram essa
política, tendo em vista o peso dos pequenos negócios na economia local. Em abril
deste ano, o presidente o presidente nacional do Sebrae, Luiz Eduardo Pereira
Barreto, referindo-se ao portal Licita Fácil durante assinatura de
convênio em Natal, que “o Rio Grande do Norte está na vanguarda nas parcerias
entre o Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e o Governo”. Na
ocasião, o superintendente do Sebrae local, Zeca Melo, disse que as
compras feitas por meio de micro e pequenas empresas representaria uma
economia de 51% para os cofres dos governos estaduais. “Isso amplia e
potencializa o poder de compras do Estado”, avaliou.
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