Para o rotativo do cartão de crédito, a taxa chegou a 13,59% (361,40% ao ano) em setembro, alta de 1,65% em relação a agosto
As taxas de juros das operações de crédito voltaram a subir, registrando, em setembro, a nona elevação no ano e 12ª elevação consecutiva. As informações são da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) e foram divulgadas ontem. De acordo com os dados, em setembro, a taxa média de juros cobrada em empréstimos chegou a 131,1% ao ano, alta de 1,26% na comparação com agosto. É a maior taxa desde junho de 2009.
A Anefac verificou elevação nas taxas em seis modalidades de crédito para pessoa física (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras). Em relação ao rotativo do cartão de crédito, a taxa chegou a 13,59% (361,40% ao ano) em setembro, alta de 1,65% em relação agosto. A maior correção foi verificada no financiamento de automóveis que ficou 2,70% mais caro no mês. A pesquisa aponta ainda alta nos três tipos de financiamento às empresas. A taxa de juros média subiu 0,73% em setembro em relação a agosto, passando de 4,09% ao mês para 4,12% (62,33% ao ano).
Impulsos
Para o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, estas elevações podem ser atribuídas, entre outros fatores, ao cenário econômico que aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência. “Este momento se baseia no fato dos índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzirem a renda das famílias. Agregado ao baixo crescimento econômico, deverá promover o crescimento dos índices de desemprego. Tudo isto somado e o fato de que as expectativas para 2015 serem igualmente negativas quanto a todos estes fatores, leva as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência”, explica.
Outros fatores apontados são o aumento das taxas de juros futuros por conta da turbulência política e econômica, além do rebaixamento da nota de crédito do país promovida pela agência de classificação de risco Standard And Poor’s (S&P). Um outro impulso para o aumento das taxas, segundo a Anefac, é a elevação da carga tributária para o sistema financeiro no pacote fiscal que elevou a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de 15% para 20%, elevando assim a cunha fiscal das instituições financeiras. Isso, de acordo com a associação, inevitavelmente se refletirá no repasse para as taxas de juros das operações de crédito. Para a Anefac, as taxas de juros sobre as operações de crédito vão continuar elevadas pelos próximos meses "tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência".
O AUMENTO, NA PRÁTICA
A alta das taxas de juros, entre agosto e setembro deste ano.
Juros do Comércio: +0,38%
- Passou de 5,30% ao mês (85,84% ao ano) para 5,32% ao mês (86,26% ao ano) – a maior taxa desde dezembro/2011 (5,36% ao mês – 87,12% ao ano).
Cartão de crédito: + 1,65%
- Passou de 13,37% ao mês (350,79% ao ano), para 13,59% ao mês (361,40% ao ano) – a maior taxa desde março/1996 (14,08% ao mês – 385,86% ao ano).
Cheque Especial: + 0,99%
- Passou de 10,14% ao mês (218,67% ao ano), para 10,24% ao mês (222,16% ao ano) – a maior taxa desde janeiro/2000 (10,33% ao mês – 225,33% ao ano).
CDC – Bancos Financiamento de automóveis: +2,80%
- Passou de 2,14% ao mês (28,93% ao ano), para 2,20% ao mês (29,84% ao ano) - a maior taxa desde setembro/2011 (2,24% ao mês – 30,45% ao ano).
Empréstimo Pessoal Bancos: +1,20%
- Passou de 4,15% ao mês (62,90% ao ano), para 4,20% ao mês (63,84% ao ano) – a maior taxa desde dezembro/2011 (4,21% ao mês – 64,03% ao ano).
Empréstimo Pessoal Financeiras: + 1,04%
- Passou de 7,72% ao mês (144,09% ao ano), para 7,80% ao mês (146,28% ao ano) – a maior taxa desde julho/2012 (7,92% ao mês – 149,59% ao ano).
Taxa Média Pessoa Física: + 1,26%
- Passou de 7,14% ao mês (128,78% ao ano), para 7,23% ao mês (131,10% ao ano) - a maior taxa desde junho/2009 (7,26% ao mês – 131,87% ao ano).
*Crediário de Loja
- Dos doze tipos de lojas pesquisadas, todos elevaram suas taxas de juros no mês.
Fonte: Anefac
*VEJAM 10 DICAS PARA O CONSUMIDOR
Tendo em vista as variações existentes entre as taxas de juros nas instituições financeiras, a Anefac elaborou algumas dicas:
1.Quando da contratação de um financiamento pesquise sempre a taxa de juros e demais acréscimos;
2. Evite comprometer demasiadamente seu orçamento com dívidas;
3. Evite empréstimos de longo prazo que embutem custos maiores;
4. Evite entrar no rotativo do cartão de crédito e do cheque especial que possuem as maiores taxas de juros;
5. O cheque especial não é renda e deve ser usado por um período curto e emergencial. Se tiver necessidade de usar este limite por um período maior procure a sua instituição financeira e faça um empréstimo pessoal (que tem custos menores) para liquidar o cheque especial;
6. Existem linhas de crédito mais baratas como o micro crédito que tem taxa de 2,00% ao mês, penhor de jóias da Caixa Econômica Federal e do crédito consignado com desconto em folha. Assim caso necessite de crédito veja a possibilidade destes empréstimos mais baratos;
7. Necessitando de crédito para pagar uma dívida e não tendo condições de fazê-lo, não deixe suas dívidas crescerem mais por conta dos juros de mora e multas. Procure o credor e proponha uma renegociação do prazo e das taxas de juros em uma condição que consiga cumprir;
8. Se possível adie suas compras para juntar o dinheiro e comprar o mesmo à vista evitando os juros. Entretanto caso não seja possível pesquise muito,
9. Barganhe e compre nos menores prazos possíveis (quanto menor o prazo menor a incidência de juros).
10. Resumindo, use o crédito com moderação e conscientemente.
Fonte: Anefac
Nenhum comentário:
Postar um comentário