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Os Correios
informaram nesta sexta-feira (29) que os serviços prestados pelo Banco Postal
serão encerrados a partir de 11 de outubro em 1.827 agências da estatal em 12
estados.
Segundo nota
enviada pela assessoria de imprensa dos Correios, os altos custos de manutenção
e segurança "os tornam inviáveis". O Banco Postal
é uma parceria com o Banco do Brasil que se vale da rede de atendimento dos
Correios para a intermediação de serviços bancários básicos. Em vários
municípios chega a ser a única opção de acesso bancário. Atualmente, o serviço
é oferecidos em cerca de 6.500 agências dos Correios.
Justificativas
"Com o
aumento das decisões judiciais que obrigam a adoção de ações de segurança
adicionais às previstas para correspondentes bancários (contratação de
vigilantes armados e/ou porta giratória), os Correios se veem obrigados a
interromper os serviços do Banco Postal nessas localidades", afirma a
estatal. "Cabe esclarecer que os demais serviços dos Correios continuarão
disponíveis nessas unidades", acrescenta.
Segundo
reportagem do jornal "Valor Econômico" desta sexta, o custo mensal
nessas agências poderia chegar a R$ 8 milhões e a intenção dos Correios era
repassar essas despesas de segurança para o Banco do Brasil, o
que o contrato não permitiu. Questionado
pelo G1, os Correios responderam que "por se tratar de
assunto estratégico", não poderia comentar os valores desse custo. Os Correios
informaram ainda que permanece em negociação com o Banco do Brasil para buscar
soluções que reduzam o impacto do encerramento dos serviços do Banco Postal. Já o Banco do
Brasil informou que busca "encontrar alternativas que permitam a manutenção
de parte dos pontos de atendimento". No final de
2016, os Correios fecharam acordo com o Banco do Brasil para manter a parceria por mais 36 meses.
Segundo os
Correios, Bahia e Paraná serão os estados com o maior número de encerramentos.
Veja lista abaixo:
•AL: 71
•BA: 440
•CE: 205
•GO: 259
•MT: 26
•PE:
23
•PI:
178
•PR:
412
•RN:
183
•RR:
15
•RS: 1
•SP:
14 (interior)
O INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) informou que o fechamento das agências do
Banco Postal irá afetar um total de 137.962 benefícios de aposentados e
pensionistas, cujo pagamentos terão que migrar para outras agências bancárias.
Desse total, 1.231 benefícios terão que ser transferidos para outros
municípios.
Leia
também: Cresce o número de cidades sem dependências bancárias Os
trabalhadores dos Correios estão em greve desde a semana passada. Nesta
quinta-feira (28), o ice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST),
ministro Emmanoel Pereira, declarou abusiva a greve. A decisão derruba a
liminar concedida na segunda-feira (25) que determinou a manutenção de 80% das
atividades nas unidades da empresa. Segundo os Correios, os "empregados
que aderiram à paralisação devem retornar aos seus postos de trabalho
imediatamente".
Crise nos Correios
Os Correios
enfrentam uma severa crise econômica. Nos últimos dois anos, os Correios
apresentaram prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4 bilhões. Desse total,
65% correspondem a despesas de pessoal. Neste mês, o
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que existe a possibilidade de privatizar os Correios,
mas afirmou que ainda “não há uma decisão tomada”, já que “isso é uma coisa que
tem que ser tratada com muito cuidado”. Em março, o ministro das Comunicações,
Gilberto Kassab, já havia afirmado que, se a empresa não promovesse o "equilíbrio
rapidamente", "caminharia para um processo de privatização". Em 2016, os
Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia
atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa.
Os Correios
anunciaram em março o fechamento de 250 agências, apenas em municípios com mais
de 50 mil habitantes, além de uma série de medidas de redução de custos e de
reestruturação da folha de pagamentos. Em abril, o
presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a demissão de servidores
concursados vinha sendo estudada. Segundo ele, os Correios não têm condições de
continuar arcando com sua atual folha de pagamento e contratou um estudo para
calcular quantos servidores teriam que ser demitidos para que o gasto com a
folha fosse ajustado. A estatal alega
ainda que o custeio do plano de saúde dos funcionários é responsável pela maior
parte do déficit da empresa registrado nos últimos anos. Hoje a estatal arca
com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários, com 7%.