Índices de aprendizado alcançados pelos alunos em Matemática e Português estão abaixo dos de 2011/Alex Régis
Apenas 15,6% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio no Rio Grande do Norte aprenderam Português adequadamente em 2013, e um índice ainda menor (3,8%) teve o aprendizado em Matemática considerado satisfatório. A avaliação é da ONG Todos Pela Educação (TPE), que
considera que tem aprendizado adequado, no último ano do EM, o aluno que atinge
ou supera 300 pontos em Língua Portuguesa e 350 em Matemática. Divulgado ontem,
o novo levantamento realizado pela ONG apresenta uma piora em relação aos
registros anteriores, de 2011, quando 18,2% e 5,9% dos alunos do 3º ano do
Ensino Médio no RN tiveram aprendizado considerado satisfatório em Português e
Matemática, respectivamente. Comparado aos outros estados brasileiros, o RN
teve o 5º e 6º piores resultados.
Feito com base no desempenho dos alunos nas
avaliações da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb)
realizadas em 2013, o levantamento mostra ainda que somente 9,3% dos alunos do
3º ano do Ensino Médio aprenderam o considerado adequado pela ONG em
Matemática, e 27,2% em Português. Como no Rio Grande do Norte, os números
também são menores do que os verificados em 2011 - 10,3% e 29,2%,
respectivamente. Os dados fazem parte do monitoramento da Meta 3 do Todos
Pela Educação – Todo aluno com aprendizado adequado ao seu ano. Em ambas as
disciplinas o país ficou abaixo da meta intermediária definida pelo TPE para o
ano de 2013, que eram de 28,3% em Matemática e 39% em Português.
Ao comentar os dados divulgados pela TPE, a
educadora Cláudia Santa Rosa, diretora executiva do Instituto de
Desenvolvimento em Educação (IDE), se diz preocupada com mais uma estatística
negativa da educação brasileira. “É preocupante porque estamos
tratando da última etapa da educação básica e de um contingente muito grande
que está indo tentar fazer uma faculdade ou entrar no mercado de trabalho com
um aprendizado muito precário, uma vez que estamos falando de habilidades
elementares”. Para Santa Rosa, os números refletem a fragilidade da
educação brasileira, desde o início da trajetória escolar. “A escola não tem
cumprido com seu papel social, sobretudo no Ensino Médio, onde, na educação
pública, muitas vezes alunos ficam o ano letivo sem ter uma aula de
Matemática”.
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