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domingo, 15 de novembro de 2015

FRANÇA BOMBARDEIA RAQQA E PROMETE FECHAR MESQUITAS DE IMÃS RADICAIS


França bombardeia "Estado Islâmico", pelo menos 130 mortos

Após os principais líderes da França prometerem guerra ao Estado Islâmico, o Ministério da Defesa francês informou que o país iniciou seus contra-ataques. Com ao menos dez bombardeios, o país realizou uma série de ataques à capital do autoproclamado califado do grupo jihadista, Raqqa. De acordo com a França, o país vem recebendo mais informes de Inteligência dos EUA para compartilhar informações e permitir ataques ao grupo terrorista.

Segundo o ministério, foram atingidos um centro de controle e comando, um campo de recrutamento, um depósito de munição, um estádio, uma prisão secreta e um campo de treinamento. Ao total, foram 20 bombas utilizadas.  Grupos de monitoramento da guerra disseram ainda não haver civis feridos ou mortos em hospitais da região. Apesar do alarde das autoridades, esta não é a primeira vez que a França bombardeia a Síria. Em setembro, o país atingiu um campo na província oriental de Deir ez-Zor, próximo do posto de fronteira de Bukamal. Ali, o EI conecta suas forças presentes na Síria e no Iraque. Ao menos 30 morreram, entre eles 12 meninos-soldados. A França também atacou Raqqa em outubro. Paris é aliado da coalizão liderada pelos EUA no país. O presidente François Hollande e o premier Manuel Valls haviam classificado os atentados como um "ato de guerra", e prometeram dar respostas à altura contra o grupo terrorista.

'Cidadãos de todo o mundo, acordem', diz placa em memorial em Casablanca em homenagem a vítimas de Paris Foto: YOUSSEF BOUDLAL / REUTERS '
Cidadãos de todo o mundo, acordem', diz placa em memorial em Casablanca em homenagem a vítimas de Paris - YOUSSEF BOUDLAL / REUTERS

Em um recente ataque aéreo a Raqqa, os EUA atingiram um veículo que supostamente levava o carrasco Jihadi John, famoso pelas mortes de vários reféns em vídeos amplamente divulgados.  Também neste domingo, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou que o país começará a "dissolver mesquitas onde o ódio é pregado", em referência à radicalização de jovens por imãs e outros líderes religiosos, além de amigos. O ex-presidente Nicolas Sarkozy propôs que indivíduos fichados por radicalismo religioso sejam obrigados a usar tornozeleiras eletrônicas e permaneçam em prisão domiciliar vigiada. Cerca de 11.500 pessoas se encaixam nessa classificação, atualmente.

INVESTIGAÇÃO A AGRESSORES
Enquanto as investigações sobre os atentados avançam, seis parentes do primeiro terrorista identificado são interrogados. Omar Ismael Mostefai era um cidadão francês de 29 anos de ascendência argelina e era conhecido pelo serviço de Inteligência francesa desde 2010 pela Justiça como pequeno delinquente e por ligações com radicais islâmicos. Ele, inclusive, teria sido radicalizado por um imã belga. Segundo o jornal “Le Monde”, Mostefai provavelmente passou alguns meses na Síria entre 2013 e 2014, depois que ele viajou à Turquia, porta de entrada de muitos extremistas aos redutos do Estado Islâmico.


Franceses dão as mãos em frente a monumento em Paris dois dias depois de atentados nas cidades - PATRICK KOVARIK / AFP

Um imã com quem Omar fazia suas preces na França condenou os atos perpetrados por ele, e vizinhos se disseram surpresos com o ataque, porque o imaginavam ser "muito tranquilo". Na noite de sexta-feira, o francês chegou em um carro preto na casa de show Bataclan junto com outros terroristas armados com fuzis Kalashnikov e vestidos de coletes de explosivos. Ao entrar no teatro, eles abriram fogo contra a plateia que assistia a um show da banda Eagles of Death Metal. Segundo sobreviventes, os homens gritaram "Allahu akbar" (Deus é grande) e “Isso é pela Síria”. Pelo menos 89 pessoas morreram no local.

Outro homem suspeito ainda é procurado pela polícia francesa, com um recado de que ele é perigoso. Abdeslam Salah, de 26 anos, seria um cidadão francês de origem belga que alugou outro veículo visto perto do Bataclan. Ele teria sido retido na fronteira com o carro, mas acabou solto. Não se sabe o motivo da ordem para libertação no momento. Ainda não se sabe se ele também disparou contra as pessoas na casa de show. Segundo o "El País", ele teria papel logístico e o alerta em busca por ele se estendeu à Espanha. Outro dos suspeitos é seu irmão, Ibrahim Salah, de 31 anos. Ele morreu nos ataques. Um terceiro identificado tinha 20 anos e se explodiu no Stade de France. Uma senadora o identificou como Bilal Hadfi. De acordo com o "New York Times", funcionários de alto escalão contaram que os agressores teriam se comunicado de maneira criptografada com membros conhecidos do EI na Síria.


Em Brasília, o clima era de consternação para a comunidade francesa - Jorge William / Agência O Globo

LUTO E ATRAÇÕES FECHADAS
A França amanheceu mais um dia de luto, após os ataques que deixaram mais de 300 feridos, entre eles três brasileiros. Museus e teatros permaneceram fechados em Paris pelo um segundo dia no domingo, com centenas de soldados e policiais patrulhando as ruas e estações de metrô depois que o presidente francês, François Hollande, declarou estado de emergência. Uma cerimônia especial para a família das vítimas e sobreviventes ocorreu neste domingo na Catedral de Notre Dame, em Paris.

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