
A Câmara dos Deputados adiou na madrugada desta quarta-feira
(24), pela terceira vez, a conclusão da votação do projeto de lei que renegocia
a dívida dos estados com a União. Havia a expectativa de que uma sessão da
Câmara para apreciar os destaques pendentes fosse aberta logo após o
encerramento da sessão do Congresso Nacional, destinada à votação de vetos
presidenciais e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
No entanto, pouco antes das 2h da manhã, quando a sessão do
Congresso já durava mais de 14 horas, o presidente do Congresso, Renan Calheiros
(PMDB-AL), comunicou ao plenário, a pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), que a sessão da Câmara estava cancelada. A proposta que renegocia a
dívida dos estados é uma das principais prioridades do governo federal na área
econômica. O adiamento acontece um dia após o presidente da República em
exercício, Michel Temer, fazer um apelo aos líderes da base aliada para que
garantam a presença de suas bancadas em plenário para a aprovação de matérias.
O texto principal do projeto de lei foi aprovado na madrugada
do dia 10 de agosto, mas, no dia seguinte, por falta de quórum, a votação das
emendas acabou adiada. A conclusão da votação ficou, então, para segunda-feira
(22), mas, em razão do baixo quórum, acabou adiada para o dia seguinte. Isso
porque, por ser um projeto de lei complementar, o regimento interno da Câmara
exige, no mínimo, 257 votos a favor da proposta, incluindo os destaques. Desde o
início do mês, o governo tenta aprovar a renegociação da dívida dos estados.
Após a análise na Câmara, o projeto ainda precisará ser apreciado pelo Senado
Federal. Pela proposta, os estados terão um alongamento, por 20 anos, do prazo
para quitação das suas dívidas com a União, além da suspensão dos pagamentos até
o fim deste ano – com retomada gradual de 2017 em diante – e alongamento por 10
anos, com quatro anos de carência, de cinco linhas de crédito do BNDES. O alívio
para o caixa dos estados é estimado em R$ 50 bilhões até meados de 2018.
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