Elaborada ao
longo dos últimos meses, a nova política de qualificação profissional começou a
ganhar contornos. A Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e
Competitividade do Ministério da Economia lançou, esta semana, edital de pregão
eletrônico para contratar empresas que darão cursos para reinserir 800 jovens
de 18 a 29 anos no mercado de trabalho. Aplicado
pela primeira vez no Brasil, o novo modelo prevê que as empresas que
ministrarão os cursos de qualificação só serão pagas pelo governo se
determinada parcela dos alunos conseguir emprego. O novo programa é financiado
com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Atualmente,
as empresas que promovem os cursos de qualificação profissional são remuneradas
com base na quantidade de diplomas emitidos. Segundo o Ministério da Economia,
o novo modelo, chamado de contrato de impacto social, começou no Reino Unido em
2011 e atualmente é adotado em mais de 20 países.
As empresas serão avaliadas da seguinte forma. Até oito meses depois de
concluírem os cursos, os jovens deverão conseguir emprego com duração de pelo
menos quatro meses. A taxa de
empregabilidade deverá ser 30% superior a um grupo de controle, formado por
jovens que não passarão pelos cursos e constituirão uma base de comparação que
represente a média do mercado de trabalho. Nessa primeira etapa, serão escolhidos 2 mil jovens desempregados de 18 a 29
anos. Desse total, 800 serão matriculados nos cursos, com carga horária mínima
de 250 horas presenciais. Os 1,2 mil
restantes comporão o grupo de controle. Caberá à empresa contratada desenvolver
a metodologia das aulas, mapear a demanda por empregos e decidir que cursos
serão oferecidos.
O edital foi publicado ontem (25) no Diário Oficial da União. Embora o texto
tenha previsto a abertura das propostas no próximo dia 8, o Ministério da
Economia informou que a data será adiada para 18 de novembro. As empresas do
Sistema S, que promovem cursos de qualificação profissional, poderão concorrer. Os cursos poderão ser ministrados em qualquer localidade do Brasil, a critério
da instituição contratada, desde que cumpram a exigência de pelo menos 250
horas presenciais.Também caberá
à empresa contratada definir os critérios e os mecanismos de seleção dos jovens
desempregados. Após a seleção, os nomes serão sorteados pela Fundação Getulio
Vargas (FGV) em São Paulo e devolvidos para a empresa com a separação entre o
grupo de controle e o grupo de tratamento. Segundo o Ministério da Economia,
todo o processo será fiscalizado pelo governo.
Preço mínimo
O edital
estabelece que vencerá a concorrência a empresa que oferecer o menor preço. Os
valores do pagamento vão variar conforme o desempenho da empresa. As
instituições que conseguirem reinserir no mercado de trabalho 30% a mais de
jovens que o grupo de controle, receberão R$ 3,2 milhões (R$ 16 por hora-aula).
Quem obtiver desempenho de 8% a 29% superior ao do grupo de controle receberá
proporcionalmente. No caso de
desempenho de 8%, o valor corresponde a R$ 2 milhões (R$ 10 por hora-aula).
Abaixo do nível mínimo de desempenho de 8%, não haverá pagamento nenhum.
Desempenho
O Ministério
da Economia explicou que as contratações de jovens serão acompanhadas por meio
do cruzamento dos dados do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) com o Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o e-Social, que medem as
contratações e demissões formais. Quanto maior
for o número de contratações no grupo de controle, maior deverá ser a
quantidade de contratados do grupo de tratamento. Dessa forma, se forem
contratados 100 jovens do grupo de controle, devem ser contratados 130 ou mais
jovens do grupo de tratamento para a instituição receber o pagamento integral.
O Ministério
da Economia informou, ainda, que o edital foi elaborado para incentivar a
empresa contratada a escolher jovens com dificuldade em conseguir emprego. Se a
instituição escolhesse jovens com alta empregabilidade para o grupo de
controle, explicou o ministério, o cumprimento da meta ficaria mais difícil. Quanto maior
for o número de contratações no grupo de controle, maior deverá ser a
quantidade de contratados do grupo de tratamento. Dessa forma, se forem
contratados 100 jovens do grupo de controle, devem ser contratados 130 ou mais
jovens do grupo de tratamento para a instituição receber o pagamento integral. O Ministério
da Economia informou, ainda, que o edital foi elaborado para incentivar a empresa
contratada a escolher jovens com dificuldade em conseguir emprego. Se a
instituição escolhesse jovens com alta empregabilidade para o grupo de
controle, explicou o ministério, o cumprimento da meta ficaria mais difícil.
Fonte: Agência
Brasil