A Casa da Moeda, considerada um dos lugares mais seguros do país, teve seu rigoroso sistema burlado, conforme mostrou reportagem do Fantástico. Um total de R$ 5 mil, em 100 notas de R$ 50, desapareceu do local, em 14 de janeiro de 2011, sem que até agora ninguém saiba onde foi parar o dinheiro. O desaparecimento foi investigado por uma comissão interna da Casa da Moeda e ficou guardado em segredo por mais de um ano pela presidência da instituição. Sem descobrir onde foi parar o dinheiro sumido e sem ter certeza do que aconteceu no dia do desaparecimento, a comissão acabou sugerindo, em dezembro, o arquivamento do caso. O delegado que vai investigar o caso diz que a Casa da Moeda errou ao não informar o caso à Polícia Federal imediatamente.
A Polícia Federal, agora, vai investigar se ocorreram outros desvios. O superintendente da Diretoria de Administracao e Financas da Casa da Moeda, Álvaro de Oliveira Soares, que já ocupava o cargo quando as notas sumiram, acredita que a quantidade de cédulas desaparecidas foi pequena. E que o processo é seguro.O Banco Central, responsável por botar o dinheiro em circulação, informou que essas notas são válidas. Quem tem uma dessas cédulas não cometeu crime e ainda pode ajudar nas investigações. As notas de R$ 50 desaparecidas estão entre os números de série BA 27.787.201 e BA 27.787.300. Confira a numeração das cédulas que sumiram no site do Fantástico.
Descoberta por acaso
A Casa da Moeda fica no bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde nascem os bilhões de reais que circulam todos os dias no país. Ninguém entra no local sem passar por um rigoroso sistema de revista. O Fantástico teve acesso exclusivo aos documentos da comissão interna que investigou o desaparecimento das notas. O sumiço do dinheiro foi descoberto por acaso. No dia 15 de janeiro de 2011, a funcionária responsável pelo controle de qualidade de impressão percebeu que, em uma folha, havia um pequeno defeito. Um gerente decidiu, então, verificar se outros lotes impressos no mesmo dia estavam com o mesmo problema.
Ele entrou no local que deveria ser o mais seguro do prédio: o cofre onde fica o dinheiro pronto para ser enviado ao Banco Central. Ao verificar os lotes, que são numerados e lacrados com plástico, encontrou um dos pacotes abertos. Ao conferir o conteúdo, o gerente percebeu que, em vez das mil notas que deveriam estar ali, havia somente 900. Ou seja: 100 cédulas de R$ 50 tinham desaparecido. Quando as imagens do circuito interno de segurança foram revisadas, veio a descoberta de uma falha grave: a câmera número 3, que mostra o setor de embalagem de notas já prontas, não cobria toda a área. Ou seja: havia um ponto cego, um lugar onde alguém poderia estar sem ser detectado pelas câmeras. Segundo a comissão de investigação da Casa da Moeda, foi exatamente o que fez um dos operadores de máquinas
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