O desabastecimento não é exclusividade do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. A Unicat também sofre com o a falta de medicamentos e a população, que precisa de determinados remédios, é obrigada a esperar por meses. É o caso da jornalista Juliana Lobo, que há três meses vive um dilema com o filho de um ano e nove meses. A criança nasceu com a Síndrome de West, uma síndrome neurológica que provoca convulsões através de espasmos. Para frear essas convulsões, ele diariamente precisa tomar três tipos de medicação, uma delas de alto custo: a Sabril de 500mg. Uma caixa do medicamento chega a custar R$ 214 e ele toma duas por mês. “São quatro comprimidos de Sabril por dia”, lembra a mãe.
O problema é que a medicação, que por lei deveria ser disponibilizada pelo Estado, há três meses está em falta na Unicat. De lá para cá, Juliana diz que tem recebido ajuda financeira de familiares para comprar o medicamento em farmácias particulares. “É a forma que tenho encontrado para comprar esse medicamento, mas o que temo é que ele chegue a faltar também nessas farmácias”, diz Juliana. Juliana Lobo teme que o filho venha a ficar sem receber a medicação, essencial no tratamento da síndrome, e precise recorrer a familiares que moram fora. “Já liguei várias vezes para Unicat e para a assessoria do governo, mas não obtive resposta de quando esse medicamento será disponibilizado novamente. O que eles dizem é que a medicação está empenhada e sem previsão de chegar”, relata.
Drama semelhante vive o motorista Fernando de Aribaldo Basílio Júnior. O filho Rafael Cavalcanti Basílio, de 13 anos, precisa tomar mensalmente o medicamento Somatropina, uma espécie de hormônio do crescimento. O pai, que mora no município de Riachuelo, conseguiu pegar o medicamento na Unicat no dia 17 de dezembro, e estava programado para o dia 17 de janeiro a nova retirada do medicamento. No entanto, desde então, o motorista só recebe a mesma informação: “o medicamento não chegou”. A diretora da Unicat, Alaíde Porpino Menezes, explicou que o medicamento Sabril de 500 mg já está empenhado e aguarda apenas um posicionamento dos fornecedores a respeito do prazo de entrega do medicamento. Em relação ao Somatropina, a diretora reconhece que está com um estoque reduzido, mas que já começou a disponibilizar uma quantidade limitada de medicamento e garante que antes do carnaval o estoque estará regular.
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