
O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, durante coletiva sobre a operação da Polícia Federal no Senado - 24/10/2016 (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou 
nesta quarta-feira um pacote de ações jurídicas em resposta à ação da Polícia 
Federal, que prendeu quatro policiais legislativos do Senado na última 
sexta-feira na Operação Métis. Segundo Renan, o Senado 
ingressou com uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) 
relativa às diligências da PF. O peemedebista também orientou que a Advocacia do 
Senado entre com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra 
o juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara do Distrito Federal, que 
assinou os mandados da Métis.
“Não se defende a inviolabilidade absoluta do Congresso 
Nacional, mas que as ações de investigação sejam realizadas com equilíbrio. Não 
podemos reviver os sobressaltos típicos da ditadura militar”, afirmou. De acordo 
com Renan, pedir que o STF se posicione sobre os limites entre os poderes é a 
melhor forma de evitar que “os excessos se perpetuem”. Ele também acredita que a 
representação contra o juiz vai permitir que o magistrado explique suas 
decisões.
O presidente do Senado ainda aconselhou que os diretores da 
polícia legislativa ingressem no STF com pedido de habeas corpus preventivo. “É 
uma precaução para que novas prisões arbitrárias não aconteçam”, alegou. Além das ações jurídicas, Renan recomendou que a Câmara 
priorize a PEC 89/2003, que põe fim à aposentadoria compulsória para juízes e 
promotores que cometerem crimes e forem condenados judicialmente, a chamada 
“aposentadoria-prêmio”. O texto foi aprovado no Senado em 2013, mas se encontra 
adormecido na Câmara. “Acho que, mais do que as Medidas Contra a Corrupção, 
temos que priorizar essa PEC, que dizima a aposentadoria como um prêmio”, disse 
Renan. Ele quer que a votação aconteça ainda neste ano.
Apesar das ações, Renan cumprimentou o Judiciário e afirmou que 
há muita expectativa quanto à presidência da ministra Cármen Lúcia. Ele 
confirmou que irá comparecer ao evento de lançamento do Pacto Nacional pela 
Segurança Pública, previsto para esta sexta-feira, em que Temer planeja 
uma conciliação entre Renan, Cármen e o ministro da Justiça, Alexandre 
de Moraes. O peemedebista recuou das declarações de que não se sentiria 
bem em uma reunião com Moraes – na segunda-feira, ele chamou o ministro de 
“chefete da polícia” e o magistrado Vallisney Oliveira de 
“juizete”. Hoje, o presidente do Senado afirmou que seu cargo não permite essa 
escolha e que, independentemente da presença do ministro, participará do 
encontro. “Fico melhor no papel de bombeiro do que de piromaníaco. Vamos 
trabalhar para que essa centelha não vire um incêndio”, disse Renan sobre o 
início de uma crise institucional entre os poderes. Ele continuou a ponderar, 
entretanto, que havendo excessos da Polícia do Legislativo, a melhor ação seria 
comunicá-lo para que tomasse as devidas providências.
(Com Estadão Conteúdo)
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