
A senadora Gleisi
Hoffmann (PT-PR) afirmou nesta segunda-feira que a ação penal
contra ela na Operação
Lava Jato não passa de “perseguição política” e que não há
provas de que ela recebeu recursos ilícitos. Gleisi, que também é presidente
nacional do PT, falou sobre o caso após seu primeiro depoimento como ré
no Supremo
Tribunal Federal (STF). “Eu sou vítima de perseguição política
em razão da origem desse processo, com Alberto Yousseff e seu advogado”, disse
a senadora, se referindo ao doleiro que foi o primeiro delator da operação e o
seu defensor, Antonio Figueiredo Basto. Gleisi Hoffmann acusa Basto de ser
ligado ao atual governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), seu adversário
político.
Nesta segunda-feira, Gleisi foi a primeira
parlamentar ouvida na Lava Jato por um dos juízes auxiliares do relator da
operação, o ministro Edson Fachin. A denúncia contra a petista foi apresentada
pelo procurador-geral da República, Rodrigo
Janot. A petista atribui a acusação a pressões da opinião pública. “Quando
eu fui denunciada – meu processo foi um dos primeiros – tinha um alto grau de
politização e muita influência no Judiciário, incluindo o Ministério Público,
pela opinião pública. É um erro, então muitas questões não foram consideradas
ali”, disse a senadora. “Eu sou uma pessoa pública, tenho de responder pelos
meus atos, não tenho problema nenhum em relação a isso. Agora, tenho de ser
julgada dentro do devido processo legal e não pelo calor da opinião pública”,
concluiu.
Acusação
Na ação
penal, Gleisi e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (PT),
são acusados de receber 1 milhão de reais em recursos desviados da Petrobras
pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Em
contrapartida, os políticos teriam atuado para sustentar politicamente Costa no
cargo.
“Não tive contato com Paulo Roberto Costa, nunca tive ascendência na
Petrobras, nunca pedi para ele ficar no cargo e nunca facilitei ou dei
condições para se facilitar”, afirmou Gleisi aos jornalistas que a abordaram do
lado de fora da sala de audiências. “Não há provas”, afirmou. Paulo Bernardo
também presta depoimento nesta segunda-feira. Após o depoimento dos acusados, a
ação penal entra em sua fase de alegações finais. A expectativa é de que o caso
seja julgado pela Segunda Turma do STF ainda neste ano, tornando-se o primeiro
processo da Lava Jato a ter um desfecho na Corte.
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