
O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a
primeira denúncia na corte que aponta integrantes de um partido político, o PP,
como participantes de uma organização criminosa para desviar dinheiro da
Petrobras. Janot pediu a condenação de
integrantes da sigla, mas como a denúncia está sob sigilo de Justiça, os nomes
ainda não se tornaram públicos. O inquérito no qual foi
apresentada a denúncia foi aberto, em março de 2015, para investigar a
participação de 39 políticos do PP, PT e PMDB na suposta organização criminosa
que atuava na estatal.
Em outubro do ano passado, a
pedido de Janot, esse inquérito foi fatiadoe as investigações sobre organização
criminosa passaram a ser quatro: uma sobre o PP, outra sobre o PT, uma terceira
sobre o PMDB do Senado e a quarta sobre atuação do PMDB da Câmara. A expectativa é que o presidente Michel Temer
seja denunciado nesse último inquérito nos próximos dias. Junto com a divisão,
Janot pediu a inclusão de mais investigados e ao todo os quatro inquéritos
ficaram com 66 alvos.
'Teia
criminosa única'
Ao pedir o fatiamento da
maior e principal investigação da Operação Lava Jato, Janot afirmou que os
partidos PP, PT e PMDB se organizaram internamente para cometer crimes contra a
administração pública. Por isso, justificou o procurador, a apuração deve ser
dividida para "melhor otimização do esforço investigativo". Para Janot, o pedido de
divisão não muda o fato de que existiu "uma teia criminosa única" na
estatal.
"Os elementos de
informação que compõem o presente inquérito modularam um desenho de um grupo
criminoso organizado único, amplo e complexo, com uma miríade de atores que se
interligam em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista,
em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e outra em uma
estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de
comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes", disse o
procurador no pedido."Como destacado, alguns membros de determinadas
agremiações organizaram-se internamente, valendo-se de seus partidos e em uma
estrutura hierarquizada, para cometimento de crimes contra a administração
pública", completou.
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