
Medida foi aprovada pelo plenário
na última terça-feira/EDUARDO MAIA – AGORA RN
O plenário da Assembleia Legislativa do Rio Grande
do Norte aprovou um projeto de lei que regulamenta a concessão de férias e 13º
salário para os deputados estaduais, com efeito retroativo a 2015. A aprovação
aconteceu na última terça-feira, 26, no mesmo dia em que os parlamentares
validaram o decreto assinado pela governadora Fátima Bezerra que reconheceu
situação de calamidade financeira do Estado.
De acordo com o projeto, que agora precisa ser
sancionado por Fátima Bezerra, as férias dos deputados serão concedidas
anualmente, acrescidas de um terço sobre o salário mensal. O gozo das férias
deverá coincidir com os períodos dos recessos legislativos, sendo que,
preferencialmente, deverá ocorrer no mês de janeiro. O texto não permite a indenização de férias não
gozadas, exceto no caso de afastamento definitivo do mandato, se houver
convocação extraordinária durante o recesso e no último ano de mandato, de
forma integral, por não terem como gozar das férias em função de estarem
deixando o cargo.
Quanto ao décimo terceiro salário, o projeto de lei aprovado
no plenário estabelece que o abono poderá ser pago em duas parcelas, a primeira
até o dia de 30 de julho e a segunda até o dia 20 de dezembro de cada ano. O
benefício será correspondente a 1/12 do salário mensal, por mês de efetivo
exercício do mandato. O projeto aprovado na Assembleia é de autoria da
Mesa Diretora, presidida pelo deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB). Na
justificativa da matéria, o tucano e demais membros da Mesa argumentam que
férias e 13º salário são direitos “sociais e fundamentais” dos parlamentares,
garantidos pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso
Extraordinário 650.809. Decisão expedida nesse caso estendeu os direitos
previstos no Artigo 7º da Constituição Federal aos deputados estaduais.
Os novos benefícios para os parlamentares foram
aprovados sem passar antes pelas comissões temáticas. A dispensa de tramitação
foi definida em reunião dos líderes partidários e de bancada da Assembleia. No
plenário, a votação foi simbólica, e apenas o deputado estadual Sandro Pimentel
(PSOL) se manifestou contra a medida. O vencimento básico pago a cada deputado estadual é,
segundo o Portal da Transparência da Assembleia Legislativa, de R$ 25.322,25
por mês. Não é possível calcular, entretanto, qual será o impacto do pagamento
dos benefícios no orçamento da Casa porque alguns parlamentares devem renunciar
às vantagens – até o momento, apenas Sandro Pimentel se manifestou neste
sentido. A Assembleia explicou, via assessoria, que não há
ilegalidade na medida. Os deputados recebiam os benefícios até 2015, inclusive,
mas os pagamentos foram questionados no Supremo em função de não haver
regulamentação clara. Com o julgamento do recurso no STF, as vantagens foram
restabelecidas.O projeto aprovado pela Assembleia já encaminhado para
o Gabinete Civil do Governo do Estado. A governadora Fátima Bezerra tem até 20
de março para decidir se sanciona ou não a medida.
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