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terça-feira, 30 de agosto de 2022

REGIÃO DO SERIDÓ COLHE 30 TONELADAS DE ALGODÃO QUATRO DÉCADAS DEPOIS DA PRAGA DO BICUDO

A região do Seridó potiguar, que sofreu grande impacto econômico com o fim do cultivo do algodão, teve que se reinventar ao longo dos anos com outras fontes de renda. Algumas das alternativas foram as bonelarias, as tecelagens e a indústria de confecções, mais recentemente, com as oficinas de costura do Pró-Sertão. A cotonicultura se expandiu na segunda metade do século XIX e se tornou a principal atividade econômica no solo árido do Seridó. A fibra longa produzida no interior do Rio Grande do Norte abastecia fábricas de tecidos finos do exterior, até que a praga do inseto bicudo interrompesse essa cultura.

Após décadas sem a produção de algodão, a cotonicultura começa a ser retomada no Seridó, a partir do projeto AgroSertão, uma parceria entre o Sebrae no Rio Grande do Norte, o Instituto Riachuelo, a Embrapa Algodão e os municípios de Acari, Caicó, Carnaúba dos Dantas, Cruzeta, Jardim do Seridó e São José do Seridó. O projeto piloto de produção do algodão agroecológico foi iniciado agora em 2022 com 54 produtores oriundos da agricultura familiar. Na última sexta-feira (26), os primeiros resultados foram comemorados, em um evento festivo no assentamento Caatinga Grande, zona Rural de São José do Seridó. A solenidade acompanhada de perto pelo presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae-RN, Itamar Manso Maciel, e os diretores da instituição José Ferreira de Melo Neto (superintendente) e João Hélio Cavalcanti (técnico). A ação também contou com a presença do líder do grupo Guararapes, Flávio Rocha, e do diretor do Instituto Riachuelo, Gabriel Rocha Kanner, além de prefeitos e vereadores da região.

A produtora Vilma Medeiros, da comunidade Umari, zona rural de Caicó, destacou que o AgroSertão proporcionou outras diversas melhorias para as propriedades. “Eu soube através da rádio que ia ter uma reunião no sindicato rural sobre a retomada do algodão. Como sou neta e filha de produtor de algodão e eu colhi algodão, achei aquilo fantástico. Convidei algumas pessoas de comunidade e sai da reunião encantada. Quando retornei, as pessoas não tinham nenhuma expectativa que dava certo. Mas convidei alguns e iniciamos. Só em minha propriedade colhemos o dobro do esperado”, relatou Vilma.


O produtor Augusto voltou ao plantio do algodão em Carnaúba dos Dantas e comemora o resultado

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