RN SEM JEITO
O Rio Grande do Norte parece não ter jeito.
Antigamente, se dizia que o estado era desse jeito por falta de força política,
porque éramos mais pobres do que os demais ou porque todos os outros eram mais
importantes. Enfim, éramos vítimas de nosso próprio preconceito.
Mas,
o tempo passou. Hoje, temos um ministro da república que também é ex-presidente
do Congresso Nacional; estamos prestes a termos um dos nossos representantes na
cadeira de presidente da Câmara dos Deputados; também é potiguar o principal
líder da oposição ao Palácio do Planalto; e crescem os investimentos em
minérios e na exploração de energia pelo interior, aumentando a oferta de
emprego e a geração de renda. Mas, o RN continua parado no tempo.
A
Saúde pública, tão criticada nos últimos meses, é exatamente desse mesmo jeito
há, pelo menos, 10 anos. Os corredores do Hospital Walfredo Gurgel superlotam
desde o término da década de 90. O sistema de mobilidade urbana piora a olhos
vistos diariamente. A segurança do cidadão potiguar é quase uma utopia.
Sequestros, assaltos e assassinatos, antes palavras raras em nosso dicionário,
acontecem aos montes nesta terra que um dia já foi tranquila.
O
motivo para tantos problemas e tão pouca expectativa de solução não poderia ser
outro. O RN peca, e muito, por não saber escolher bem seus representantes. O
exemplo do que aconteceu em Natal nos últimos anos não deve ser esquecido. A
cidade perdeu quatro anos que tinham tudo para ser de desenvolvimento.
Agora,
a um ano e meio da Copa do Mundo de 2014, o tão sonhado e esperado “legado”
virou um sonho distante. As obras monumentais, as dezenas de novas e modernas
vias, os investimentos milionários, em sua maioria, não devem mais sair do
papel. Mais um castigo para um estado que, realmente, parece não ter jeito.
Em
tempo, é importante ressaltar o empenho, pelo menos publicamente, do prefeito
Carlos Eduardo Alves (PDT) em salvar alguma das obras de mobilidade para a
Copa. O gestor já disse que não vai retirar os projetos do programa que prevê
sua conclusão antes do mundial de futebol. A preocupar válida do pedetista é
que, ao tirar a obra da previsão, correr o risco de não ficar nada para Natal.
Outro
exemplo que poderia perfeitamente constar no texto de abertura desta coluna
hoje é o caso do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. A obra começou a ser
discutida também no final dos anos 90 e só agora parece ter a expectativa de
que se transformará em realidade. Nesse ritmo, o RN vai longe, mas vai demorar
para chegar.
Em
tempo, durante a campanha eleitoral realizada em 2012. Uma frase dita por meio
de uma rede social chegou até este interino, que jamais esqueceu do seu
conteúdo. “As vezes, o povo tem boas opções de governantes para escolher. Uma
pena é que na maioria das vezes a escolha é feita errada”.
A
metade do primeiro mês do ano vai chegando e, até agora, nem sinal do prefeito
Carlos Eduardo Alves escolher seu líder na Câmara Municipal. As apostas giram
em torno dos vereadores George Câmara e Hugo Manso. Mas há quem aposte também
na vereadora Júlia Arruda. É esperar.
A
professora Amanda Gurgel (PSTU) realiza na tarde deste sábado a primeira
plenária aberta do seu mandato na Câmara Municipal de Natal. A vereadora mais
votada da história da cidade quer debater com a população e os trabalhadores as
primeiras iniciativas, os projetos e as perspectivas do mandato. A plenária
terá início às 14 horas, no IFRN Cidade Alta.
O
I Salão de Turismo Rota 101 Nordeste, que se realizará no Centro de Convenções
de Natal, de 4 a 6 de julho deste ano, promete reunir cerca de 600 agentes de
viagem e jornalistas dos estados que integram o roteiro: além do Rio Grande do
Norte, compõem a rota a Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Ótima iniciativa.
O
governo federal investiu R$ 46,9 bilhões no exercício de 2012. O valor é apenas
5% superior ao gasto com investimentos em 2011, quando R$ 44,4 bilhões foram
aplicados. Entre 2006 e 2011, a variação de crescimento nunca foi tão pequena
de um ano para o outro. Com o desempenho, os investimentos do ano passado
ficaram abaixo dos realizados em 2010, R$ 51,4 bilhões, quando a economia
brasileira cresceu 7,5%.
Entre
os dias 2 e 9 de janeiro, o governo federal cancelou o valor de R$ 18,6 bilhões
em “empenhos”, montantes reservados para posteriores pagamentos. Com as
anulações, a estimativa dos restos a pagar que serão inscritos e reinscritos em
2013 passaram a somar R$ 178,1 bilhões. Os restos a pagar são compromissos
assumidos em anos anteriores, mas não pagos nos exercícios.
A
redação de O Jornal de Hoje está triste. Faleceu na tarde de ontem o fotógrafo
Eduardo Felipe, que durante anos enfeitou as páginas deste vespertino com o seu
talento. Eduardo estava lutando pela vida há alguns meses. Deixa, na lembrança,
sua alegria, força de vontade e seu companheirismo, características que lhe
permaneceram durante toda a vida.
Este
interino, em especial, perde um colega, um professor e um excelente parceiro de
trabalho. Eduardo Felipe já trabalhava neste JH há anos quando assinei minha
primeira matéria nestas páginas, ainda como estagiário. Também ao lado dele,
estive em Goianinha para entrevistar o goleiro Messi, homossexual que virou
notícia nacional após a Folha de São Paulo publicar reportagem deste interino
com fotografias tiradas por Eduardo, em 2010.
Eduardo
deixa para história seu trabalho na imprensa escrita do Rio Grande do Norte. As
fotos tiradas nos vários anos em que atuou no jornalismo ficarão para sempre.
Assim como a saudade.