Terreno escolhido pela equipe técnica do IFRN para
instalação do campus Jucurutu (Foto: Alan Amaral )
Um impasse
político pode comprometer a construção de um novo campus do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) em Jucurutu, no
interior do Rio Grande do Norte. O prazo de votação do projeto que determina a
área para a obra já foi excedido, e não tem data prevista para essa definição. O problema é
em relação ao terreno indicado para a instalação da unidade. Alguns vereadores
não querem que o IFRN funcione no bairro escolhido. De acordo com
a assessoria de comunicação da reitoria do IFRN, uma equipe técnica do
instituto foi ao município entre os meses de fevereiro e março deste ano para
conhecer quatro possíveis terrenos para a instalação do campus da cidade. A equipe
avaliou como melhor opção o espaço de cerca de 49 mil m² localizado no bairro
Freitas. Com isso, foi enviado um ofício à Prefeitura de Jucurutu com a análise
realizada, solicitando a doação da referida área.
Alguns vereadores de Jucurutu não
querem que o IFRN funcione no bairro escolhido. (Foto: Alan Amaral)
O Município encaminhou a
proposta como projeto de lei para o parecer da Câmara Municipal, que até o
momento não confirmou a doação. A comissão
que analisa o projeto é formada por três vereadores. De acordo com o relator,
Alan Amaral (PSD), o projeto não foi apresentado ainda aos demais parlamentares
da câmara porque os outros dois representantes da comissão querem que o campus
seja instalado em um terreno que pertence à presidente da Câmara, a vereadora
Paula Torres (PT). O vereador
explica que o projeto está com a comissão há mais de 20 dias e que o prazo para
a votação encerrou na última terça-feira (27). “Só vai ser votado quando eles
(os outros dois vereadores da comissão) quiserem. Estão atropelando o regimento
da câmara”, afirmou. Ainda segundo
o vereador, o terreno que é da presidente, que seria doado para a construção do
campus, foi vistoriado pela equipe técnica, mas não foi escolhido. “Ele fica
numa zona rural, distante cinco quilômetros do centro de Jucurutu. Já o do
bairro Freitas é na área urbana e fica próximo a outros municípios da região”,
disse ele.
O G1 entrou
em contato, na manhã desta quinta-feira (29), com a presidente da câmara, mas
ela alegou não poderia falar sobre o assunto naquele momento, pois estava de
plantão no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), onde é funcionária.
“Eu trabalho aqui e tem vários cadávares. Não posso falar agora”, disse ela,
informando o contato do presidente da comissão, o vereador Fagner Brito (PSB),
conhecido como Faguin. Ele, por sua vez, não atendeu as ligações. O G1 retornou
o contato com a presidente no período da tarde, mas ela disse que não ia
comentar o caso. “Eu estou trabalhando agora. Isso é coisa de politicagem. Eu
não vou falar não”, finalizou. O G1 também
entrou em contato com o vereador integrante da comissão Willame Lopes (PSDB),
conhecido como Nego do Povo, e com o prefeito da Jucurutu, Valdir Medeiros
(PROS), mas as ligações não foram atendidas.
Unidade
provisória
Além do
terreno, a equipe técnica do IFRN escolheu o local onde vai funcionar a unidade
provisória da unidade de ensino, que foi a Escola Municipal Wagner Lopes de
Medeiros Durante. Mas, para prosseguir aos processo de instalação, o instituto
espera a definição da prefeitura. “Não podemos
iniciar o funcionamento provisório sem antes termos a garantia do espaço
definitivo e dos recursos para a construção da unidade.
De acordo com
informações divulgadas pela mídia, o atual ministro da educação poderá sair a
fim de concorrer a cargo eletivo nas eleições deste ano. Caso isso se
concretize, nossa preocupação é se o próximo ministro ou ministra manterá a
aprovação da nova unidade do Instituto”, explicou o reitor Wyllys Farkatt.O projeto do
IFRN para o campus Jucurutu é que ele oferte inicialmente cursos técnicos
subsequentes (cursos profissionalizantes voltados a estudantes que já
concluíram o ensino médio) e de Formação Inicial e Continuada (FIC), que são
capacitações profissionais de curta duração. Caso o trâmite siga o fluxo
esperado, os cursos FIC podem começar a ser ofertados no segundo semestre de
2018, no espaço provisório (Escola Municipal Wagner Lopes de Medeiros).