O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou
em votação no plenário do Senado um requerimento de urgência
urgentíssima para a votação ainda nesta quarta-feira do projeto de lei que trata
das medidas de combate à corrupção. Apesar dos protestos de
grande parte do plenário, o presidente insistiu em colocar a matéria em votação,
mas o requerimento foi rejeitado por 44 votos contrários e 14 favoráveis.
As medidas de combate à corrupção foram aprovadas esta madrugada na Câmara
dos Deputados, há menos de 24 horas. O texto nem mesmo constava no sistema do
Senado quando o presidente anunciou a intenção de colocá-las em votação ainda
hoje, com quebra de interstícios, ou seja, do intervalo entre as votações. O
requerimento tinha sido apresentado por PMDB, PTC e PSD. Apesar da previsão de
que dois senadores pudessem a falar em favor do pedido de urgência, nenhum
parlamentar dos três partidos quis usar a palavra. Indignados com a insistência, vários senadores acusaram o presidente de agir
com abuso de autoridade.
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) dirigiu-se ao
plenário para pedir que os colegas não aprovassem o requerimento de urgência. “Eu estou falando com meus pares. Com o senhor eu não argumento porque não
adianta, o senhor está usando um abuso de autoridade no momento em que tenta
pautar uma lei sobre abuso de autoridade”, disse o senador. Doa 14 votos favoráveis à urgência na votação do projeto na Casa, sete vieram
de senadores investigados pela Operação Lava Jato: Benedito de Lira (PP-AL),
Fernando Collor de Mello (PTC-AL), Humberto Costa (PT-PE), Fernando Bezerra
(PSB-PE), Ciro Nogueira (PP-PI), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Valdir Raupp
(PMDB-RO).
(com Agência Brasil)