A partir do dia 6 de agosto, crianças entre 1 e 5 anos podem ir ao posto
de saúde receber vacina contra a poliomielite e o sarampo mesmo se já tomaram o
imunizante anteriormente (desde que não nos últimos 30 dias). O Ministério da
Saúde lançou nesta terça-feira (31) uma campanha nacional de vacinação. São
três os objetivos da campanha:
1. Vacinar quem nunca
tomou a vacina;
2. Completar todo o
esquema de vacinação de quem não tomou todas as doses;
3. Dar uma dose de
reforço para quem já se vacinou completamente (ou seja, tomou todas as doses
necessárias à proteção).
A campanha vai até o dia 31 de agosto. No dia 18 de agosto, acontecerá o
Dia D de mobilização, quando os mais de 36 mil postos de vacinação no país
estarão abertos ofertando as vacinas. Segundo o ministério, 11,2 milhões de
crianças devem ser vacinadas. A meta é chegar a pelo menos 95% delas. Esse tipo de campanha de reforço, informa o Ministério da Saúde, acontece
de quatro em quatro anos e já estava prevista no orçamento da pasta. Esse ano,
no entanto, a campanha é ainda mais importante dada à volta da circulação do
sarampo no território brasileiro e a ameaça da poliomielite.
O Brasil tem 822 casos confirmados de sarampo em 2018.
Em Roraima e no Amazonas, estados mais atingidos pelo sarampo, as campanhas já
começaram e estão ligadas ao surto. Já em relação à paralisia infantil,
trata-se de uma precaução, já que 312 cidades estão abaixo da meta preconizada
para o controle da doença e um caso foi registrado na Venezuela em junho. Não
há, contudo, casos de paralisia infantil no Brasil. O país erradicou a poliomielite do território em 1994; já o certificado
de eliminação do sarampo havia sido alcançado em 2016. O ministério informou que para a poliomielite, as crianças que não
tomaram nenhuma dose durante a vida, receberão a Vacina Inativada Poliomielite.
Já os que já tiverem tomado uma ou mais doses da vacina, receberão a Vacina
Oral Poliomielite, a famosa "gotinha".
Em relação ao sarampo, todas as crianças receberão uma dose da vacina
Tríplice Viral (que também protege contra caxumba e rubéola), seja qual for a
situação vacinal, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos trinta dias.
Quem deve ser vacinado?
- Contra a
poliomelite: crianças de 1 até 5 anos independentemente de quantas doses
já tomou. Em casos de nenhuma dose, será aplicada a Vacina Inativada
Poliomielite. Em caso de uma ou mais doses, será aplicada a Vacina Oral
Poliomielite, a famosa "gotinha".
- Contra o
sarampo: crianças de 1 até 5 anos independentemente de quantas doses já
tomou.
- Não devem ser
vacinadas: crianças de 1 até 5 anos que tenham sido vacinadas nos
últimos 30 dias.
"A melhor forma de proteção é a vacina. É importante vacinar. Saúde
é uma responsabilidade de todos nós. A consciência da nossa população é que vai
determinar o sucesso desta campanha", afirmou o ministro Gilberto Occhi no
lançamento. Este ano a madrinha da campanha é a apresentadora Xuxa Meneghel. O Zé
Gotinha, símbolo das campanhas contra a pólio nos anos 80, também faz parte da
campanha atual.
Durante o lançamento da campanha o Ministério da Saúde declarou que
"oferta todas as vacinas recomendadas pela OMS no Calendário Nacional de
Vacinação". Ao todo, são 19 para combater mais de 20 doenças, em todas as
faixas etárias.
Segundo o ministério, por ano, são distribuídos em todo o país cerca de
300 milhões de doses de vacinas. Para a campanha de 2018 foram adquiridas 28,3
milhões doses das vacinas, um total de R$ 160,7 milhões.
Ainda segundo dados do ministério, todos os estados já estão abastecidos
com 871,3 mil doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP), 14 milhões da
Vacina Oral Poliomielite (VOP) e 13,4 milhões da Tríplice viral.
Casos de sarampo
O Brasil tem 822 casos confirmados de sarampo em
2018. Atualmente, enfrenta dois surtos da doença, em Roraima e no Amazonas.
Segundo o governo, eles estão relacionados à importação de casos de outros
países. "Isso ficou comprovado pelo genótipo do vírus (D8) que foi
identificado, que é o mesmo que circula na Venezuela", afirma o
ministério. Seis estados brasileiros têm casos confirmados da doença: Amazonas,
Roraima, Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O Ministério da Saúde acredita que vá conseguir controlar os surtos, mas
ressalta que o aumento das taxas de vacinação é importantíssimo para garantir o
controle da doença. Juntamente com o sarampo, o país também está atento à
circulação e às baixas coberturas vacinais da poliomielite.
Poliomelite
Não há novos casos de poliomielite no Brasil. No entanto, os casos da
doença aumentaram em outros países, como alertou a Organização Mundial da
Saúde. O Ministério da Saúde informou que 312 municípios brasileiros estão com
baixa cobertura para a vacina contra a poliomelite: eles não
chegaram a vacinar nem metade das crianças menores de um ano. Os dados são os
últimos disponíveis, referente ao ano de 2017. A recomendação internacional para o controle da doença é de que pelo
menos 95% das crianças sejam vacinadas. Atualmente, a média nacional de
cobertura é de 77%.