SENTENÇA
A decisão do juiz federal Walter Nunes, em que o magistrado condena o ex-diretor do IPEM na gestão Wilma de Faria, atinge mais quem não é réu do que os próprios. Dois nomes saltam da gigantesca e consistente sentença condenatória: Gilson Moura e Lauro Maia.
ABANDONO
A delação premiada usada por Richardson Macedo, ex-diretor do IPEM, provoca um desgaste enorme na imagem de seu ex-amigo e sócio, deputado estadual Gilson Moura. Quando o escândalo estourou, Richardson se sentiu abandonado por Gilson, o que teria provocado a delação de todo o esquema, que pode custar o mandato de Moura.
NOVAMENTE
Outro nome citado por Richardson Macedo é o do advogado Lauro Maia, filho da ex-governadora Wilma de Faria. Lauro seria, na opinião de Richardson, também comandante e beneficiário do esquema de corrupção e fraude que imperou no IPEM.
DESGASTE
O nome de Lauro Maia surge num momento crucial para a definição da ex-governadora Wilma de Faria. Além da sentença da Justiça Federal confirmar que houve um esquema de corrupção em sua gestão, a própria Wilma termina sendo alvo do desgaste provocado pela citação do filho em mais um negócio sujo. Tristeza para a mãe, que não pode ser responsabilizada diretamente pelos atos do filho; desgaste para a candidata, que vai ter que se explicar novamente sobre temas indigestos.
PECADO
Um fato que marcou o nível de vaidade e soberba dos corruptos do IPEM, foi a cena em que Richardson Macedo lavou os pés com whisky em uma lancha no litoral sul. O fato foi citado na sentença: “frequentemente esbanjava os recursos financeiros apropriados do IPEM/RN e do INMETRO perante a sociedade, havendo notícia nos autos, até mesmo, de episódio no qual o referido, em uma lancha de sua propriedade, lavou os pés com whisky blue label (bedida de elevado valor monetário, via de regra, só consumida por pessoas de alta condição econômica)”.
CANDIDATURA
Uma possível candidatura de Gilson Moura a prefeito de Parnamirim, é fatalmente chamuscada pelo envolvimento do parlamentar, que se destacou como uma liderança forte no município. Gilson vai ter que se preocupar com sua reeleição, que também será inevitavelmente abalada com o desgaste.
INOCENTE
A sentença do juiz federal Walter Nunes inocenta apenas uma pessoa: Jeferson Witame Gomes, proprietário do restaurante Piazzale. Witame foi procurado por Richardson para uma sociedade empresarial. O detalhe é que o dinheiro de Richardson era sujo, originado de corrupção e o de Witame é limpo, fruto de trabalho honesto. Foi justamente isso que o juiz entendeu e inocentou corretamente o empresário das acusações. Tirou um peso das costas de Witame, conhecido pela seriedade e honestidade em seus negócios.
O VICE
Deputado José Dias apontou o nome de seu colega Agnelo Alves como o vice ideal para compor chapa com o vice-governador Robinson Faria. A presença de Agnelo leva o PDT dos prefeitos de Natal, Carlos Eduardo, e de Parnamirim, Maurício Marques, para reforçar a chapa, que conta ainda com a deputada Fátima Bezerra como candidata ao Senado.
DIFICULDADE
O nome do deputado Walter Alves também foi citado por José Dias para ser o vice de Robinson. A dificuldade nesse caso, reside no fato de que Waltinho é do PMDB, que pode lançar Henrique candidato a governador. Já no caso de Agnelo, a situação é mais fácil. Basta o prefeito Carlos Eduardo sinalizar que concorda, o PDT se valoriza com participação na chapa majoritária.
MUDANÇA
Aos deputados federais votaram pela absolvição de um colega ladrão e presidiário. Alguns meses depois, ocorreu a mesma votação e eles condenaram. O que mudou? A opinião? Não. A mudança foi na forma de votação. Na primeira, em sigilo, eles consideraram o bandido inocente. Quando a votação foi secreta, mudança total e o inocente virou culpado. A covardia tem nome: votação aberta.
JULGAMENTOS
O ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Emmanoel Pereira, foi citado no site Consultor Jurídico como recordista de julgamentos no ano passado. De acordo com dados do próprio TST, o ministro julgou 14.678 ações, maior número já registrado durante 60 anos de existência do TST, batendo sua própria marca de 14.529 processos julgados, que foi alcançada em 2009. Emmanoel é pai do advogado e professor Erick Pereira.