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sábado, 12 de maio de 2012

EM QUATRO ANOS, GURGEL E SUA MULHER ENGAVETARAM PROCESSOS CONTRA 30 POLÍTICOS

Está ficando cada vez mais esquisita essa história de não poder convocar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso que investiga as relações perigosas do bicheiro Carlinhos Cachoeira com as autoridades brasileiras.Odair Cunha, o deputado-relator da CPMI, já freiou o ato que deveria ocorrer - pois Gurgel tinha nas mãos desde 2009 todas as informações que ligavam o senador Demóstenes Torres a Cachoeira, e mesmo assim decidiu dar um tempo. "A convocação é desnecessária", disse ontem Odair aos jornalistas de plantão no Congresso Nacional. Desnecessária como, se Gurgel não cumpriu a tempo o seu dever e foi desmascarado pelos delegados da Polícia Federal que coordenaram as operações Vegas e Monte Carlo e chegaram ao senador Demóstenes com provas contundentes e definitivas?Para piorar, a IstoÉ que está chegando às bancas traz uma uma longa e reveladora reportagem assinada por Claudio Dantas Sequeira e Izabelle Torres, mostrando que Gurgel e sua mulher, a subprocuradora da República Cláudia Sampaio, engavetaram nos últimos quatro anos processos contra pelo menos 30 políticos.

"Gurgel tem usado seu cargo para proteger quem deveria investigar. Agora se sabe que ele não estava sozinho. Contava com a fidelidade silenciosa de Cláudia, com quem passou a dividir não só o mesmo teto, mas os principais segredos da República" - escrevem os jornalistas da IstoÉ. Segundo eles, levantamentos dos atos da subprocuradora, todos avalizados pelo marido, revelam que Cláudia beneficiou com sua caneta ministros de Estado, governadores, prefeitos e parlamentares. Só no Congresso, mais de 30 políticos, entre deputados e senadores, tiveram inquéritos, ações penais, denúncias e procedimentos investigativos sumariamente arquivados nos últimos quatro anos. É o caso, por exemplo, do atual líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, o ex-líder do PSDB Duarte Nogueira, o deputado federal Paulinho da Força (PDT) e o deputado licenciado Márcio França (PSB), atual secretário de Turismo do governo Geraldo Alckmin. Entre os senadores que Cláudia livrou da Justiça estão Marta Suplicy (PT), Roberto Requião (PMDB) e Alfredo Nascimento (PR), ex-ministro dos Transportes que caiu em desgraça após as articulações de Carlinhos Cachoeira. Não quer dizer que, em todos os casos, havia indícios suficientes para incriminar os políticos. Mas os números são de fato impressionantes e reveladores de uma tendência.
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aqui e leia a íntegra da reportagem.

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