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segunda-feira, 14 de maio de 2012

GOVERNO É CONTRA VENDA DE NEOENERGIA A CHINESES

O grupo espanhol Iberdrola está negociando a venda dos 39% que detém no capital da distribuidora elétrica Neoenergia à chinesa State Grid. O Valor apurou que as tratativas surpreenderam os acionistas controladores da holding, a Previ e o Banco do Brasil, donos dos outros 61%. A Iberdrola também discutiu avenda para empresas da Alemanha e dos EUA. O governo não quer a entrada dos chineses na Neoenergia, assim como não aprovou o aumento da participação dos espanhóis, negociada no ano passadaentre Iberdrola e BB e Previ. Para impedir a entrada dos chineses, os sócios brasileiros podem, inclusive, ir à Justiça. "Sem essa benção [de Brasília] vai ser difícil", disse uma pessoa próxima às discussões. A assessoria da State Grid no Brasil confirmou que a empresa tem interesse na fatia dos espanhóis e já teve reuniões de trabalho com a Iberdrola. O grupo contratou auditores para avaliar as contas da Neoenergia. A possibilidade de venda das ações da Iberdrola na Neoenergia representa uma guinada em relação à situação do início do ano, quando o grupo espanhol tinha aintenção de assumir o controle acionário da companhia.

Essas negociações não foram adiante, em alguma medida, pela conjuntura internacional, mas também por causa da rejeição da presidente Dilma Rousseff, que não gostaria de ver o controle da empresa desnacionalizado. Independentemente do destino que os espanhóis quiserem dar às ações na empresa elétrica, Previ e Banco do Brasil têm direito de preferência sobre os 39% da Iberdrola. A companhia espanhola Iberdrola está negociando, com a chinesa State Grid, a venda de sua participação acionária na holding Neonergia, que controlatrês distribuidoras de energia elétrica e um parque gerador no Brasil. As tratativas surpreenderam os acionistas controladores da holding, o fundo de pensão Previ e o Banco do Brasil (BB), donos dos outros 61%, segundo apurou o Valor. A Iberdrola também discutia a venda de sua participação, equivalente a 39% das ações, com empresas da Alemanha e americanas. O governo não quer a entrada dos chineses, assim como não aprovou o aumento da participação dos espanhóis nessa companhia elétrica, negociadano ano passado entre Iberdrola, BB e Previ. Para impedir a entrada dos chineses, os sócios brasileiros podem, inclusive, ir à Justiça. "Sem essa benção [de Brasília] vai ser difícil", analisou uma pessoa próxima às discussões. A assessoria de imprensa da State Grid no Brasil confirmou que a empresa tem interesse na participação acionária dos espanhóis e já teve reuniões de trabalho com a Iberdrola. O grupo chinês contratou auditores para fazer uma avaliação das contas da Neoenergia ("due diligence").

A venda da fatia da Iberdrola na Neoenergia representa uma guinada em relação à situação do início do ano, quando o grupo espanhol tinha aintenção de assumir o controle acionário da companhia, que controla as distribuidoras Cosern (RN), Celpe (PE) e Coelba (BA), além de um grande parque gerador de mais de 1.500 megawatts (MW). Pelas negociações, os espanhóis comprariam a parte do BB e um pedaço da participação da Previ. O BNDES, por sua vez, também poderia entrar no capital, ficando com uma participação acionária de até 15%. Depois de um ano de conversas, as partes chegaram a um acordo quanto a preço, mas o Palácio do Planalto não deu o sinal verde e, por isso, o acerto não foi concluído. Em alguma medida, a conjuntura internacional prejudicou o desenlace, mas, mais do que isso, pesou a rejeição da presidente DilmaRousseff, que não gostaria de ver o controle da empresa desnacionalizado, segundo fontes ouvidas pelo Valor. Agora, os espanhóis decidiram vender sua participação e há a expectativa de que estejam tentando fazer isso a um preço superior ao que pagariam pelas participações da Previ e do BB. Pelo acordo de acionistas da Neoenergia, os dois entes ligados ao governo (Previ e BB) têm direito de preferênciasobre as ações da Iberdrola, mas, se ambos não quiserem pagar o preço oferecido pelos chineses, os espanhóis podem vendê-las a quem estiver interessado. O governo, entretanto, quer que Previ e BB resistam à venda aos chineses. De certa maneira, as circunstâncias atuais deixam os doisacionistas nacionais reféns da situação.

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