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sexta-feira, 22 de junho de 2012

AL/RN: AUTORIZADAS CONTRATAÇÕES DE O.S.s

Durante a votação realizada no plenário da Assembleia Legislativa,15 deputados foram favoráveis ao projeto e apenas quatro contra
Com quinze votos favoráveis e quatro contra, o Projeto de Lei Complementar das Organizações Sociais (O.S.s), de autoria do Governo do Estado, foi aprovado na manhã de ontem pelo Assembleia Legislativa (AL). Com a aprovação da lei, o alcance das O.S.s no âmbito do governo estadual, que hoje está restrito somente ao quesito turismo e hotelaria, será ampliado. O Poder Executivo poderá contratar, sem a necessidade de realizar licitação, entidades privadas para gerir serviços públicos de saúde, educação e cultura, por exemplo. A matéria aprovada altera a redação da Lei Complementar Estadual n.º 271/2004. De acordo com o líder do Governo na AL, deputado Getúlio Rêgo, a proposta de alteração é uma mera adequação à Lei Federal 9.637/98, que trata do mesmo assunto. Segundo ele, o entendimento de não exigir licitação é corroborado inclusive pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou improcedentes Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) que questionavam a matéria. "O que fizemos não é novidade nenhuma. O próprio STF reconhece a constitucionalidade e, em outros Estados, a Lei já está em vigor", explicou. O deputado estadual Fernando Mineiro, que votou contra o Projeto de Lei, pensa diferente do líder governista. Para o petista, essa quinta-feira pode ser conhecida como o "Dia P" para os potiguares. "O que a bancada governista fez foi legalização a privatização no Rio Grande do Norte. Estamos escancarando uma porta para a entrega de serviços essenciais à população para o serviço privado. Já temos o nosso 'Dia P' - dia da privatização", disse.


O deputado José Dias apresentou um substitutivo ao Projeto de Lei. Ele sugeriu a exclusão da possibilidade de terceirização de serviços voltados para a preservação do meio ambiente. Porém, por 16 a 3 votos, a proposição foi rejeitada. Para Mineiro, o Governo do Estado, com a aprovação da Lei, quer "legalizar práticas ilegais". Getúlio Rêgo rebate a acusação afirmando que em governos petistas, como na Prefeitura de Fortaleza-CE, a Lei é utilizada. "A parceria com O.S.s é uma facilidade para a administração", disse. O deputado governista citou ainda que em Natal há modelos de órgãos públicos que são administrados por O.S.s e têm bons índices de satisfação popular. "É o caso das UPA [Unidade de Pronto Atendimento] e o Hospital da Mulher, na zona Norte. Pergunte ao cidadão se ele não está satisfeito com o atendimento nesses locais", ponderou. Getúlio explicou também que o modelo de gestão, apesar de dispensar licitação, não está isento de consultas pelo Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado. "Tudo tem que ser feito com transparência". A organização social é uma espécie de título que a Administração pode outorgar a uma entidade privada, sem fins lucrativos, para que ela possa receber determinados benefícios do Poder Público, como dotações orçamentárias, isenções fiscais etc., para a realização de seus fins, que devem ser necessariamente de interesse da comunidade. O tema é polêmico e divide opiniões porque discute se é salutar transferir para a livre iniciativa serviços essenciais à sociedade. Com a aprovação de ontem, o Governo pode contratar livremente as empresas que prestarão os serviços retirando de campo a severa lei das licitações. 

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