Mesmo a saúde estando em estado de calamidade pública, o Rio Grande do Norte apresenta bons índices de transplantes de órgãos. Segundo números do Ministério da Saúde (MS) a quantidade de transplantes aumentou em 32% nos primeiros quatro meses de 2012, próximo da média nacional, que é de 37%. “O estado acompanha muito bem a média do país”, afirmaRodrigo Furtado, médico responsável pela Central de Transplantes, no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Ele disse que o resultado “foi uma grande surpresa” e o aumento desse procedimento cirúrgico se deu devido às doações. Segundo o médico, o Rio Grande do Norte foi o 4º estados que mais teve doadores de órgãos em 2011. O aumento de 60% dos repasses para transplante e das notificações dos pacientes aptos a doar os órgãos foram outras medidas que ajudaram o índice subir.
No ano de 2011, a cada um milhão, quase 17 doaram seus órgãos, em comparação a 2009 e 2010.
“A Central tem procurado trabalhar com técnicos e conhecedores do processo de doação e transplante, se aperfeiçoar a partir de outras Centrais e também criar um planejamento”, explicou Rodrigo. A meta do Ministério da Saúde é chegar a 15 doadores para cada um milhão de pessoas em 2015. Resultado já alcançado pelo RN desde o ano de 2011. Hoje, o estado tem o índice de 15,2 doadores por um milhão de habitantes. “Até 2015, o Ministério da Saúde estipulou que todos os estados devem encerrar as suas filas de córnea e no Rio Grande do Norte, está zerada desde o inicio de 2012”, ressalta o médico. Apesar dos resultados satisfatórios, a Central ainda tem algumas dificuldades em realizar os transplantes. O médico responsável comentou que algumas famílias não aceitam doar os órgãos de um paciente que veio a óbito.
Religião, a falta de conhecimento sobre o assunto e o mau atendimento nos hospitais são os motivos para recusa. Para se declarar doador, o interessado deve falar para os familiares que deseja realizar o ato. Outro obstáculo para o transplante e a doação é a falta de interação dos médicos com a Central de Transplantes do estado. Para melhorar os índices e diminuir as dificuldades para captação de órgãos, a Central de Transplantes vai realizar uma campanha no mês de setembro. Serão realizados programas de acolhimento familiar, jornadas, fóruns e cursos. Recentemente, o Ministério da Saúde junto com o Facebook criou uma ferramenta para que os usuários pudessem colocar na linha do tempo de seus respectivos perfis que desejam doar os seus órgãos caso aconteça alguma fatalidade.
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