Enquanto diversos municípios estão cancelando suas festas carnavalescas para economizar recursos públicos, algumas cidades parecem não ter problemas financeiros quando o quesito é folia. Na semana passada, a Prefeitura de Macau anunciou o “investimento” de R$ 4 milhões na tradicional folia momesca da cidade. A quantidade de recursos que Macau vai destinar ao evento pode ser medida em comparação com as demais cidades do Rio Grande do Norte. Em Parnamirim, por exemplo, que realiza o maior carnaval da Grande Natal, o prefeito Maurício Marques (PDT) reduziu em 50% o valor que foi gasto em 2012. Este ano, a festa contará com aproximadamente R$ 600 mil do município.
Já em Caicó, que é apontada como a cidade com o maior carnaval do estado, a Prefeitura decidiu atender as recomendações do Ministério Público e não vai disponibilizar recursos para contratação de bandas ou estrutura de palcos. A cidade vai destinar menos de R$ 100 mil como ajuda de custo para alguns dos tradicionais blocos de rua. O valor é cerca de 10% do que foi destinado a festa no ano passado. Já em Natal, capital do estado e detentora do maior orçamento entre as cidades potiguares, o prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) optou por destinar apenas R$ 500 mil para a folia. O valor representa 25% do que o próprio gestor investiu na festa em 2008, quando deixou o cargo. No lançamento do Carnaval de Macau 2013, realizado no restaurante Sal e Brasa na semana passada, o prefeito Kerginaldo Pinto (PMDB) disse que os R$ 4 milhões não representam nenhum “custo”. “Mas um investimento para a cidade, pois a quantidade de visitantes é tanta que passamos de uma população de 30 mil habitantes para 300 mil foliões, que devem injetar mais de R$ 20 milhões na economia local”, completou.
Segundo a Prefeitura de Macau, a cidade vai oferecer 20 horas por dia de festa, 100% gratuita para os foliões. Ao contrário das demais cidades, a capital do sal começa seus festejos já no dia 7 de fevereiro, com o arrastão pelas ruas animado por dois trios elétricos.
Ao todo serão 28 bandas, 40 camarotes, praça de alimentação e banheiros químicos para recepcionar os visitantes. A festa terá ainda dois palcos, sistema de som, telões e iluminação profissional. “O nosso carnaval é diferente porque temos um povo alegre, ordeiro e hospitaleiro. Aqui, a festa de momo acontece em cada lar e a prefeitura faz sua parte, investindo na alegria do folião, melhorando a cada ano a estrutura da festa, sem deixar de lado a tradição de um bom carnaval de rua”, declarou o prefeito Kerginaldo Pinto, que está à frente da festa pela primeira vez.
FISCALIZAÇÃO
O Ministério Público do RN já enviou recomendação para que todas as cidades em estado de calamidade devido à seca não coloquem recursos públicos nas festas de carnaval. Diante desta posição, a Prefeitura de Macau pediu a retirada do decreto.
Oito cidades já anunciaram que não terão festas de carnaval por causa da estiagem. Campo Grande, Assu, Jardim do Seridó, Guamaré, Santana do Mato, Felipe Guerra, Lajes e Almino Afonso já atenderam ao pedido do MP.
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