O setor cultural foi jogado ao limbo durante quatro anos da
administração Micarla de Sousa e seus asseclas. A situação da Fundação Cultural
Capitania das Artes (Funcarte) está próximo da ruína. A última reforma do
prédio histórico e tombado foi há mais de seis anos, e apenas para
revitalização de sua fachada. Hoje, após a ação do tempo e do desprezo do poder
público, e entregue a um novo "dono", já oferece perigo aos
funcionários ou a quem transita pelos seus corredores. O perigo não é
provocado apenas pelas fiações à mostra que já provocaram um curto em uma das
salas (parte do teto está chamuscado pelo pequeno incêndio decorrente), mas
também pela livre passagem de transeuntes que cortam caminho do Passo da Pátria
para o centro pelo pátio da Funcarte.
Isso porque o portão eletrônico está
quebrado e escancarado. A guarita que abrigava um vigilante em todos os
expedientes é um depósito de entulhos e vigas de concreto. O sanitário do
banheiro foi roubado. E o pátio que
abrigou dezenas de shows do projeto Nação Potiguar - alguns históricos - hoje é
tomado pelo mato. Os postes de luz que restaram estão jogados ao chão. O piso
disforme também oferece algum perigo e inviabiliza a promoção de novos shows.
Paredes e muros pintados parecem ilusão de um passado distante. Até a bomba de
água da instituição foi roubada antes da entrega do prédio à nova gestão. O assessor de imprensa da Funcarte, Dionísio Outeda, disse que será
feito um diagnóstico da situação para ser enviado ao prefeito Carlos Eduardo
Alves.
A tentativa é uma restauração ampla do prédio histórico e suas
instalações. Enquanto isso há a possibilidade de o trabalho ser continuado em
outro local. "Não há condições de trabalho em muitas salas aqui. Talvez
essa mudança fosse a melhor alternativa, pelo menos até conseguirmos melhorar a
situação. Do jeito que está, não dá". Mesmo o espaço bem
quisto da Galeria Newton Navarro foi deformado pela última administração. Uma
parede tomou parte da galeria para que fossem instalados três salas. Uma delas
virou depósito, e as outras duas - o gabinete do presidente e o departamento de
Novas Mídias e Audiovisual - permanecem sem qualquer conforto ou condições de
trabalho. Ainda assim, o entra e sai de funcionários e artistas em busca de
informações na Funcarte é intenso, principalmente diante da organização do
carnaval que já se avizinha.
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