A Central de Transplantes do Rio Grande do Norte, administrada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap), passará por uma reforma que irá garantir melhores condições para atendimento aos familiares de doadores de órgãos. Através de uma parceria público-privada, cerca de R$ 25 mil serão destinados para ampliação da estrutura. De acordo com a subcoordenadora da Central, Andrea Santos, dentre os estado do Norte-Nordeste, apenas a Paraíba possui uma sala de atendimento adequado. No RN, a obra está prevista para começar na próxima semana, no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Coordenando a política de transplantes no Estado, a Central é responsável por promover a inscrição de potenciais receptores, classificá-los e agrupá-los de acordo com as medidas necessárias para facilitar a localização e a verificação de compatibilidade; comunicar ao Sistema Nacional de Transplantes as inscrições de possíveis receptores; receber notificações de morte encefálica ou outra que possibilite a retirada de órgãos e tecidos para transplante. Atualmente, o Rio Grande viabiliza transplantes de rins, fígado, córnea, medula óssea e coração. Os hospitais habilitados a realizar o procedimento são o Natal Hospital Center (medula óssea e rins), Hospital Universitário Onofre Lopes (rins e fígado), Prontoclínica de Olhos (córnea), Hospital do coração e Incor (coração).
Entretanto, um dos déficits da estrutura é de um espaço adequado para atender às famílias de potenciais doadores de órgãos. “Atualmente, a Organização de Procura de Órgãos (OPO) funciona no mesmo espaço que vai da parte administrativa da Central de Transplantes ao condicionamento das soluções e entrevista dos familiares. É um espaço inadequado para se realizar uma entrevista com as famílias em um momento de tanta dor”, avalia a subcoordenadora da Central. Com a reforma do ambiente, a funcionalidade técnico-administrativa irá para outro espaço e a OPO terá como condicionar melhor qualidade para a família do doador de órgãos. “O Walfredo Gurgel não tem estrutura para acolhimento dessas famílias, que muitas vezes vem para entrevista em grande número. Essa reestruturação será inovadora, atendendo independente do número de pessoas da família”, disse Andrea Santos. A Organização de Procura de Órgãos dá suporte a 19 hospitais da rede pública, privada e filantrópica do estado, mas todo o processo de captação e distribuição de órgãos é coordenado pela Central de Transplantes. “De acordo com uma resolução do Conselho Federal de Medicina, os hospitais são obrigados a informar à Central sobre a existência de potenciais doadores de órgãos.
Ao abrir o protocolo de morte encefálica, a notificação deve ser compulsória para a Central”, explicou Andrea. Com o recebimento da notificação por parte de qualquer hospital, a Central encaminha uma equipe da OPO, formada por médicos e enfermeiros, para ir ao hospital e auxiliar na manutenção do potencial doador. “A partir daí começa o fechamento do diagnóstico de morte encefálica e entrevista com familiares”. Os pacientes que necessitam de transplante devem se submeter a uma avaliação com especialistas. Se for de rim, por exemplo, tem a equipe do Hospital Onofre Lopes e do Hospital do Coração capacitada para a atividade. Após a avaliação, a equipe faz o pré-transplante e inscreve o paciente na lista de espera para o transplante. No caso de transplante de fígado, o paciente deve ser avaliado no Núcleo de Estudos do Fígado (NEF), também no Onofre Lopes, e depois ser inscrito na lista de espera do Hospital do Coração. A previsão é que até o final do primeiro trimestre de 2013 o Hospital já esteja realizando os transplantes. Segundo dados da coordenação da Central de Transplantes do RN, em 2012 foram feitos 210 transplantes de córnea, 55 de rins, cinco de válvula cardíaca e 74 pessoas encaminhadas para transplante de fígado em outros estados do país. “A Central de Transplante teve um crescimento em relação ao número de captação de órgãos. Com relação aos insumos necessários para captação, nós fizemos uma programação anual e no momento estamos sem problemas visíveis”, afirmou Andrea Santos.
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