IPCA sobe - A inflação acelerou em janeiro para 0,86%, mesmo com a energia elétrica puxando para baixo. Em 12 meses, subiu para 6,15%, se aproximando do teto da meta. A inflação de alimentos está muito pressionada. Se a conta de luz não tivesse ficado mais em conta, o IPCA poderia ter chegado a 1%. Em fevereiro, deve desacelerar.
Há dados preocupantes: em cinco das 11 capitais brasileiras pesquisadas, o IPCA já estourou o teto da meta. A inflação dos mais pobres, o INPC, é ainda maior, também passou de 6,5%. Alimento pesa mais na composição desse índice.
Eulina Nunes, do IBGE, disse ontem que a inflação está espalhada, já que 75% dos itens tiveram alta de preços.
BC preocupado com a inflação - Ontem de manhã, após a divulgação do IPCA de janeiro, eu conversei com o presidente do BC, Alexandre Tombini. Ele admitiu que a inflação de janeiro veio alta. Disse que a situação não é confortável, está atento e que o IPCA está muito resistente. Mas alertou que não é o caso de um descontrole.
Ele acha que a inflação ficará pressionada no primeiro semestre – em 6% no acumulado em 12 meses, mas no segundo deve cair por três motivos: o dólar não deve subir tanto quanto no ano passado; o impacto da alta do salário mínimo nos serviços será menor e a inflação de alimentos deve ceder, porque o país pode colher uma grande safra de grãos.
Lucro da Petrobras diminui – A Petrobras teve um lucro menor em 2012, de R$ 21,2 bi, o que representa uma queda de 36% em relação ao resultado anterior. O pior foi o prejuízo dado pelo setor de abastecimento, que foi 130% maior do que em 2011. Isso aconteceu porque a empresa vende no mercado interno por um preço mais barato do que importa. O grande problema é a intervenção do governo.
A presidente da empresa já avisou que 2013 será outro ano difícil. O endividamento está alto, em 30%. Se atingir o percentual de 35%, pode perder seu grau de investimento, o que tornaria os juros maiores.
Mas há também boas notícias na Petrobras. A empresa pretende investir bastante, cortar custos, aumentar a produtividade, instalar sete novas plataformas para aumentar a produção. Tem chance de virar o jogo, pode mudar o quadro no médio prazo.
Mais truques para atingir meta - O governo está propondo abater as desonerações de impostos do cálculo do superávit primário. É mais uma ideia esquisita do ministro Guido Mantega. Não faz sentido, porque dar um desconto para o pagamento de imposto é renúncia fiscal. E o nome disso é gasto. As contas públicas precisam de transparência e solidez.
Indústria - Saíram vários indicadores importantes esta semana. Em 2012, a produção industrial caiu 2,7%, como já informou o IBGE, recuando em nove dos 14 locais pesquisados. O setor de veículos automotores foi o que mais contribuiu para a queda da indústria no ano passado, ao registrar retração de 13,5%. O IBGE divulgou hoje que o emprego no setor recuou 1,4% em 2012; o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, 1,9%.
Dívida pública aumenta - A dívida pública federal cresceu 7,5% no ano passado, ultrapassando R$ 2 trilhões. O governo aumentou seu endividamento para colocar dinheiro no BNDES, Banco do Brasil e na Caixa para que esses bancos pudessem emprestar a juros baixos para empresários.
Poupança capta mais – A caderneta de poupança fechou janeiro com captação líquida de R$ 2,3 bilhões. É o maior resultado para janeiro desde 2010. Os fundos, que cobram uma taxa alta de administração, estão perdendo dinheiro para a caderneta.
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