Na Fábrica dos Anjos, equipamentos estão parados e, com a previsão de mais um ano de seca, as esperanças de retomar a produção se dissipam
Em matéria publicada no último dia 26, a TRIBUNA DO NORTE mostrou a situação de produtores como Francisco Sobrinho de Souza, 57 anos, em Apodi, a 328 quilômetros de Natal. Há três anos, ele chegou a colher 18 toneladas de castanha. Este ano, foram apenas 150kg colhidos. Os cajueiros estão secos. Não há folhagem. A apicultura também tem sofrido com a estiagem. No sítio Largo, localizado em Apodi, distante 328 quilômetros de Natal, nenhum litro de mel foi extraído esse ano. Sem flores, as abelhas vão embora e a produção de mel foi a zero. As colméias onde o mel era produzido estão jogadas em um canto. "Não teve mel de jeito nenhum. Já cheguei a produzir três toneladas em um ano. Agora, nada", disse o apicultor Raimundo Torres, 48 anos.
Editais para mandiocultura
O secretário interino de Estado da Agricultura, Pecuária e da Pesca, José Simplício de Holanda lamentou a perda da produção, que caiu mais de 70% em, todo Estado, e admite que "à curto prazo não há soluções prontas para assegurar a matéria-prima necessária a produção da farinha de mandioca", disse. Para a mandiocultura, o governo do Estado conta com o Programa RN Sustentável que dispõe de orçamento de R$ 200 milhões para o setor agropecuário. E deverá lançar no segundo semestre, editais para a inscrição de projetos por cooperativas e associações agrícolas, a serem financiados pelo programa. "Os produtores passarão a contar também com assistência técnica para a implantação e acompanhamento, por 18 meses, dos projetos aprovados", disse.
Considerada modelo no país graças à inovação na produção de farinha de mandioca, a Agroindústria Farinha Dos Anjos, fechou as portas, demitiu 20 funcionários e torce agora por chuva para poder reabrir. A seca que afetou a produção de mandioca - rareando a oferta e elevando o preço da raiz, matéria prima da unidade - foi a razão do fechamento da casa, localizada em Cobé, no município de Vera Cruz, 37 quilômetros distante de Natal. Em outras sete casas de farinha da região, a atividade é mantida de forma intermitente - apenas quando aparece mandioca.
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