De que vale uma crítica construtiva de Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara Federal e líder do PMDB, principal partido da base aliada do Governo do Estado? Para a governadora Rosalba Ciarlini, do DEM, aparentemente, nada. Até porque ela nem mesmo ouviu o que o parlamentar falou. Em entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira, a gestora estadual evitou responder as críticas de Henrique, justificando que nem as ouviu. “O que foi que ele disse? Nem fiquei sabendo”, afirmou ela para se esquivar da pergunta. Durante a entrevista coletiva concedida por Henrique Alves às 9h da segunda-feira, o parlamentar afirmou que a gestão Rosalba Ciarlini é centralizadora, concentradora e isolada. Deu a entender também que se os pontos de crítica feitos pelo PMDB não forem resolvidos ainda neste mês de março, a tendência é o partido deixar a base aliada do Governo.
Depois da coletiva, Henrique visitou as obras do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, e lá encontraria com Rosalba, mas a governadora cancelou o compromisso. Às 16h, sete horas depois das declarações do presidente da Câmara Federal, na sede da governadoria, durante entrevista coletiva para tratar da segurança pública, Rosalba afirmou ainda não saber do que o principal aliado havia falado. Quando um dos repórteres presente repetiu a frase de Henrique diante da governadora, Rosalba respondeu: “Mas eu tive que ouvir todos os partidos agora, eu ouvi todos. Eu quero é ouvir todos, para que eles me apresentem soluções para nossos problemas”. Depois, Rosalba saiu estrategicamente da sala, afirmando que estava atrasada. “Vou viajar com ele. Lá a gente conversa”, acrescentou, fechando a porta da sala da governadoria, onde era realizada a entrevista, e sendo seguida por seus assessores.
Eles, realmente, terão tempo para conversar sobre o Governo do Estado na viagem, até porque eles vão se encontrar em Brasília, onde será realizada uma reunião com os governadores de Estado para discutir o novo pacto federativo, que estabelecerá repasses federais e a divisão na arrecadação de impostos. Rosalba afirmou também que em Brasília visitará o Ministério de Minas e Energias, provavelmente ao lado de Henrique, para tratar sobre a energia eólica no RN. Com relação a coletiva, inclusive, é importante lembrar que ela também é consequência da participação de Henrique na gestão estadual. Afinal, ele garante ter conseguido, por meio de suas articulações em Brasília, a adesão do Rio Grande do Norte ao programa federal “Brasil Mais Seguro”. “O RN vive uma situação insustentável de segurança que não podemos mais aceitar”, afirmou o presidente da Câmara, na última sexta-feira, durante homenagem que recebeu de federações potiguares em evento realizado no Boulevard, em Natal.
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