O Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil,
seccional do Rio Grande do Norte, aprovou por unanimidade em sessão
extraordinária realizada no dia de ontem, 10/04, o posicionamento contrário a
PEC 37. “Nossa prioridade agora é o nosso posicionamento à sociedade, bem como
deixar claro apoio as duas instituções no que diz respeito à autonomia da
Polícia e à regulamentação das funções do Ministério Público”, destacou o
Presidente da OAB/RN, Sérgio Freire. Durante a sessão, O Procurador-Geral de
Justiça, Manoel Onofre de Souza Neto, fez a defesa oral das prerrogativas do MP
e destacou que a aprovação da PEC causará inúmeros malefícios ao combate à
criminalidade. Ele também defendeu a necessidade de se fortalecer a Polícia.
“Queremos o Ministério Público contribuindo com as investigações e queremos uma
Polícia fortalecida”, disse.
Para a Presidente da Associação de Delegados
da Polícia Civil (ADEPOL), Ana Cláudia Saraiva, a PEC não quer furtar direito de
investigação e chamou atenção para o equilíbrio processual. “A Constituição, de
forma clara e expressa, estabelece que a investigação criminal de forma direta
cabe à Polícia. Os poderes implícitos não tem respaldo legal, já que não estão
na Constituição. Hoje temos um desequilíbrio processual que fere o cidadão”,
enfatizou. Os conselheiros da Seccional Potiguar avaliaram os posicionamentos
dos representantes das duas instituições, ponderando os excessos em algumas
investigações do MP e a falta de autonomia da Polícia, para aprovarem, por
unanimidade, posicionamento contrário à PEC 37. Alguns Conselheiros da OAB, se
inscreveram e se posicionaram sobre o tema, entre os quais os advogados Daniel
Alves Pessoa, Felipe Maciel e José Maria, que se mostraram contrários à proposta
legislativa. Em defesa do MP e contrário à PEC, estava presente também o
representante do MP que atua junto ao TCE, Luciano Ramos. Ao final, por
unanimidade, os Conselheiros se posicionaram contra a PEC 37, e defenderam
necessidade de melhor estruturação das Polícias e que estas passem a ter maior
autonomia. Alguns Conselheiros, embora favoráveis ao poder investigatório do MP,
frisaram que, na prática, existiram alguns excessos e que a investigação pelo MP
deveria ser melhor regulamentada. A OAB/RN deverá publicar nota manifestando a
posição da entidade contra a PEC 37. Além da nota, a OAB participará do Ato
Público, amanhã, dia 12/04, na Assembleia Legislativa, apoiando o MPRN nesta
relevante causa que é a manutenção do Poder de Investigação.
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