Deputados estaduais devem ampliar o diálogo com o Governo e negociar a votação de cada projeto
A saída do PMDB da base de apoio da governadora Rosalba Ciarlini trará dificuldades adicionais para os projetos que estão em tramitação na Assembleia Legislativa e interessam ao Governo. Se antes as articulações para votações eram em bloco, agora a governadora e seus interlocutores terão que negociar individualmente cada proposta, uma vez que a maioria dos deputados se declaram “independentes”. O líder do Governo na Assembleia, deputado Getúlio Rego (DEM), afirma que antes havia facilidade nas votações, uma vez que o governo tinha ampla maioria. “Evidente que agora há uma inferioridade da base do Governo dentro da Casa. Mas isso (a saída do PMDB) é um fato da dinâmica da política. Certamente, serão geradas dificuldades na aprovação dos projetos”, reconheceu Getúlio Rego.
Mas ele disse que pelas declarações dos líderes do PMDB não acredita que o partido votará “contra projetos de desenvolvimento do Rio Grande do Norte”. “Acredito que o PMDB vai continuar contribuindo para que o Rio Grande do Norte cresça e se desenvolva. Esperamos ter a colaboração de todos nos projetos que dizem respeito ao interesse coletivo do Estado”, comentou Getúlio Rego, ressaltando que a oposição não pode ser “exercitada para criar obstáculo ao desenvolvimento do Estado”. A dificuldade pode ser constatada pelos números das bancadas. Atualmente, há dez deputados por partidos que apoiam Rosalba Ciarlini desde a campanha eleitoral de 2010: DEM, PMN, PR e PV. Há seis parlamentares que afirmam ter uma postura de “independência”. Eles estão filiados a legendas partidárias, como PMDB, PDT e PHS. Além disso, os partidos que declaram abertamente que estão na oposição (PT, PSB, PSD e PTB) têm uma bancada constituída por oito deputados.
Infidelidade
O problema é que há possibilidade de aumento do número de parlamentares na oposição. O deputado Kelps Lima, que tem feito pronunciamentos com críticas ao governo, conseguiu a autorização da Justiça Eleitoral para deixar o PR, atualmente na base aliada, e aderir a outra legenda partidária. O deputado Fábio Dantas, atualmente no PHS, está em situação semelhante. Também recebeu autorização para trocar de partido e tende a se filiado ao PC do B, que está entre as siglas oposicionistas. Além disso, no dia 14 de setembro, o PR decidirá se deixa a base aliada para assumiu uma posição de independência.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Motta (PMN), tenta minimizar as implicações destas movimentações dos partidos e seus parlamentares. Ele observou que a diversidade do plenário da Assembleia e destacou que a postura dos parlamentares sempre foi em prol do Estado. “O plenário da Assembleia Legislativa sempre foi plural, onde os deputados têm liberdade para se manifestarem, para fazer as críticas que se fizerem necessárias, sempre construtivas. Independente da configuração das bancadas, da quantidade de deputados de situação e de oposição, os interesses do Rio Grande do Norte sempre estiveram em primeiro lugar”, analisou o parlamentar.
Ele lembrou que em muitos casos o Governo conseguiu aprovar projetos a unanimidade. “Eu acredito que, independente de termos alteração nas bancadas de oposição e de situação, os deputados e deputadas continuarão na linha da defesa dos interesses do povo do Rio Grande do Norte”, analisou Ricardo Motta. O deputado estadual Fábio Dantas (PHS) disse que não acredita em dificuldades maiores do Governo na Assembleia, mesmo com a mudança de postura do PMDB. “O Governo até hoje não teve dificuldade nenhuma na Assembleia. Acho que não muda muita coisa. O que muda é a relação política da governadora, uma questão dela para uma possível candidatura ao Governo”, destacou Fábio Dantas.
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