Comissão Eleitoral diverge quanto à proclamação do resultado da eleição no PT/RN/Alex Régis
Candidato à presidência do diretório estadual do PT, o dirigente Olavo Ataíde comemorou ontem a vitória por 2.013 votos a 2.004, sobre o adversário, o atual presidente Eraldo Paiva, que disputava a reeleição. Se confirmado o resultado, o grupo da deputada Fátima Bezerra quebra uma hegemonia de 12 anos de liderança do deputado Fernando Mineiro. A vantagem de um candidato sobre o outro foi de nove votos, segundo documento apresentado à imprensa cuja assinatura é do secretário do diretório estadual do RN, Marcos Imperial. Até o fechamento desta edição, no entanto, a Comissão Eleitoral que acompanhava o pleito permanecia dividida. Parte respaldava o documento assinado pelo secretário, mas a outra (ligada a Eraldo) externava que era necessário aguardar a meia-noite, horário limite para o envio de informações, para que toda a documentação necessária a legitimar os votos estivesse disponível para análise. “Não há resultado de eleição”, disse o deputado Fernando Mineiro, após salientar que não falaria sobre o assunto. Além da animosidade natural da disputa política, os oponentes da eleição petista também se ativeram a questões de ordem burocráticas. Com o regulamento do Processo de Eleições Diretas (PED) em mãos, eles procuraram reforço para as teorias levantadas. O grupo que defende o candidato Eraldo Paiva tentou convencer os demais de que para validar o processo de votação dos diretórios é necessário o envio, por cada localidade, das atas de votação e apuração, além da lista de frequência. E que na falta de um dos documentos, os votos seriam anulados.
Em contraponto, os aliados de Olavo Ataíde alegam que o argumento acima é puro pretexto. “Sempre se computou votos de eleições internas do PT até por telefone. Isso é tentativa de ganhar no tapetão”, bradava Tarcio Fontenelle, da Comissão Eleitoral. O grupo responsável pela conferência e auditagem dos votos era composto ainda por José Eduardo, Marco Aurélio e Sérvulo Aymoré. Os dois primeiros ligados a Fátima e os dois últimos a Mineiro. As discussões no momento da contagem foi acalorada. E há razões práticas para isso. É que a predominância dos eleitores de Eraldo Paiva está concentrada na região metropolitana de Natal, enquanto que a de Ataíde se aglomera no interior. Dessa forma, se forem anuladas urnas de municípios das regiões mais longínquas do RN a desvantagem recai no grupo da deputada Fátima Bezerra. Fontenelle lembrou que para beneficiar o grupo de Mineiro os votos via ligações telefônicas eram facilmente legitimados, mas com Olavo isso se inverteu. “Isso é hipocrisia”, acrescentou. O candidato da deputada Fátima Bezerra se disse confiante. “Não é possível que queiram contestar uma vitória legítima”, comentou ele. Não houve proclamação de quem venceu o pleito, mas independente disso uma coisa já é certa: os petistas derrotados devem ingressar com recursos para impugnação de urnas. O grupo de Mineiro garante que diretórios enviaram um número de votantes que supera o total de filiados aptos; que houve votação em um diretório fechado; e que uma fiscal aliada de Eraldo foi expulsa do local de votação. Já os aliados de Fátima enfatizam que em Poço Branco Eraldo Paiva computou 17 votos a zero, quanto o diretório está paralisado faz tempo.
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