O Campeonato Mato-Grossense já está famoso por exibir algumas aberrações relacionadas a tabelas mal construídas, transferências de jogos na mesma data, jogadores expulsos, clube escalando jogador irregular e times eliminados voltando às competições. No estadual, a equipe do REC eliminada invicta e outra, o Cacerense, que fez apenas um gol e venceu uma única partida com gol de pênalti (duvidoso!) se classificou para a Segunda Fase. No atual campeonato, o presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) saiu de uma liga amadora do interior para o cargo, a média de público não passa de 500 testemunhas, os clubes pagam para jogar e a torcida toma chuva nas arquibancadas.
Mas um outro fato curioso mostra a bagunça na FMF: um patrocinador inusitado emergiu na noite da última quarta-feira. Antes da bola rolar para Mixto e Cuiabá, pelo segundo jogo das quartas de final, uma placa de publicidade chamou a atenção no acanhado Estádio Eurico Gaspar Dutra, no bairro do Porto. Do lado da torcida cuiabanista, a logomarca meio apagada e as letras miúdas para um painel estático estampavam o nome e o telefone celular de um prostíbulo, um bordel nas imediações da estação rodoviária da cidade. Poucos torcedores atentaram para o detalhe, que não passou despercebido pelo repórter fotográfico Marcos Vaillant. O assessor de imprensa do Cuiabá disse que a placa não pertencia ao clube. O Mixto repetiu a mesma fala. Na Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), o presidente interino, Luiz Wellington da Silva, se mostrou surpreendido: “Eu não reparei, vamos averiguar”.
Como a afiliada da TV Globo em Mato Grosso transmite alguns jogos do Campeonato ao vivo, a reportagem ouviu o gerente de marketing da TV Centro América, que também desconhecia a existência da placa. A jornalista Priscila Hauer, que comercializava as placas para o Campeonato no ano passado, informou que a publicidade foi vendida pelo vice-presidente da FMF, João Carlos de Oliveira Santos. “Ele autorizou a placa”, disse. O dirigente, por sua vez, disse que não viu a placa do prostíbulo. “Não vi, tem que ver isso”, resumiu. O proprietário da boate é José Humberto Silva, que não foi localizado para confirmar o valor pago pela publicidade. Independente do quem tenha colocado a placa ali, o Campeonato Mato-Grossense tornou-se uma “verdadeira zona.”. O mais novo absurdo veio á tona nesta sexta-feira, quando o presidente do Mixto denunciou o Cuiabá por escalar de forma irregular o meia Natan no mesmo jogo das quartas de final. A Federação ficou de averiguar, mas até agora não tomou nenhuma atitude e as rodadas de semifinais, com o Cuiabá classificado, seguem marcadas para este domingo.
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