Robinson Faria
O governador eleito Robinson Faria (PSD) não quer correr o risco de ter que enfrentar o aparelhamento sindical comandado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte) com sua decantada estratégia de fomento de greves como tática para emparedar a administração.
Robinson pretende que a área de Educação de seu governo fique com o PT e, preferencialmente, com alguém da direção do próprio Sinte/RN. O jornalista César Santos, diretor-geral do Jornal de Fato, abordou tal questão em sua coluna desta terça-feira (04), sob o título “Educação x Política”.
Leia:
Se depender da vontade do governador eleito Robinson Faria (PSD), a Secretaria de Educação do Estado do RN será ocupada pelo PT. E, de preferência, que o PT indique alguém ligado ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE-RN).
A estratégia de Robinson, com essa bondade, não é apenas reconhecer a importância do PT na sua campanha vitoriosa, mas, principalmente, neutralizar a força do maior sindicato do Estado, o Sinte, que tem influência sobre todas as outras entidades de servidores públicos estaduais.
Aliás, o sindicato dos professores, com o cofre poderoso, é conhecido como “primo rico” do movimento sindical no RN, tendo servido, sem faltar a nenhum momento, às lutas das outras categorias.
O governador eleito sabe que não terá condições de promover melhorias salariais para a categoria, da forma como os trabalhadores em educação foram prestigiados no governo Rosalba Ciarlini.
Para se ter ideia, em pouco mais de três anos de gestão, Rosalba concedeu quase 100% de reajuste salarial, além de resgatar demandas que estavam emperradas desde 2006 e atender reivindicações que se arrastavam há anos. É o caso do concurso público que permitiu a nomeação de mais de três mil concursados.
Apesar das melhorias, o Sinte patrocinou os maiores movimentos contra o governo Rosalba, não abrindo mão da politização do movimento, em nome dos interesses do PT.
É aí que Robinson quer colocar o dedo, para atrair a entidade dos professores, berço da carreira política da deputada federal e senadora eleita Fátima Bezerra e do deputado Fernando Mineiro, e neutralizar a “cabeça” dos movimentos dos servidores públicos.
Robinson entende que, neutralizando os políticos encastelados no Sinte, amenizará os efeitos das lutas dos servidores públicos, o que ele considera importante para ter tranquilidade de conduzir os destinos do Rio Grande do Norte.
Por enquanto, o PT não se manifesta, muito menos o Sinte.
O assunto é delicado, uma vez que existe um braço político dentro da entidade dos professores, comandado pela vereadora Amanda Gurgel (PSTU), disposto a tomar o comando do sindicato, esperando apenas uma falha para avançar o projeto.
Agora, distante de qualquer influência político-partidária, encontra-se a professora Betânia Ramalho, única titular da pasta da Educação da gestão Rosalba, realizando um trabalho de reconstrução do ensino público intocável. Ramalho, quando aceitou o desafio, colocou como única exigência o fim da influência política na secretaria, condição aceita de imediato pela governadora.
Resta saber, agora, se Robinson Faria vai devolver a Educação às mãos da política partidária, que castigou o ensino público estadual por longos e tenebrosos anos.
Ou se vai tratar a pasta com a responsabilidade que o ensino público exige.
Nenhum comentário:
Postar um comentário